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África do Sul: Lonmin despede de 235 mineiros

A mineradora de platina, Lonmin, localizada na conturbada região de Marikana, província de North West, confirmou esta terça-feira (20) o despedimento de 235 mineiros por não se terem apresentado aos seus postos de trabalho depois do ultimato da semana passada. Esta companhia, à semelhança da Anglo American Platinum e da Impala Platinum, encontra-se inoperacional há mais de 15 semanas devido à greve convocada pelo Sindicato dos Mineiros e dos Trabalhadores do Ramos das Construções (AMCU, sigla em inglês).

“Estes são os mineiros que se encontram ausentes desde 23 de Janeiro (data do início da greve), daí que a recente intimidação protagonizada pelos seus colegas, e que culminou na morte de alguns trabalhadores, não justifica as suas ausências. Uma decisão do tribunal, datada de 27 de Fevereiro, obrigou o retorno dos trabalhadores essenciais no dia 12 de Maio. Portanto, não se trata de algo inesperado”, disse o porta-voz da Lonmin, Happy Nkhoma.

Lista nominal

O jornal City Press publicou no último domingo (18) uma lista do pessoal do Lonmin que teria regressado ao trabalho e a sua respectiva representação sindical. Acredita-se que seja a mesma lista que está a ser usada para a identificação e assassinato dos mineiros que tentaram retornar ao trabalho.

Alega-se que a lista teria sido obtida através da resposta dos trabalhadores às mensagens telefónicas (sms), enviadas pelo patronato para que estes regressassem ao trabalho, como forma de terminar a longa greve que abala o sector da platina.

Questionado acerca desta lista, o porta-voz da Lonmin simplesmente disse que “não temos conhecimento da existência da tal lista. Temos os dados de todos os trabalhadores que manifestaram o interesse de aceitar a nossa oferta salarial, que foi concebida e proposta conforme as nossas capacidades. Porém, esses dados estes que são confidenciais”.

Nkhoma explicou ainda que, se a tal lista existe, ela não é e nem está sob responsabilidade da companhia, visto que a mesma não partilha esse tipo de dados, acrescentando que das mensagens enviadas aos trabalhadores a firma não pediu o nome dos seus respectivos sindicatos.

Os mineiros afiliados ao AMCU na Lonmin, Impala e Anglo American Platinum, encontram-se em greve desde o dia 23 de Janeiro e reclamam um salário básico de 12500 randes por mês.

Estes teriam rejeitado a proposta apresentada pelo patronato, que previa um aumento gradual até 2017. ou seja, sé nessa altura é que estaria disposto a pagar 12500 randes, que inclui ajudas de custos para o arrendamento de uma residência fora das companhias, bónus de férias, excepto a assistência médica e medicamentosa, pensão de reforma e outros bónus.

Até esta semana as companhias visadas pela greve registaram uma perda de 18.6 biliões de randes e os mineiros perderam em salários cerca de 8.2 biliões, segundo o sítio de internet criado pelas companhias mineiras (www.platinumwagenegotiations.co.za).

Segundo o porta-voz da Lonmin, Happy Nkhoma, o número de mineiros que regressaram ao trabalho é inferior ao esperado. “Entendemos que todos os mineiros que regressaram ao posto de trabalho teriam superado os altos índices de intimidação e de ameaças. Iremos divulgar as estatísticas dos mineiros já a trabalhar assim que estiverem reunidas as condições para tal”, prometeu Nkhoma.

A polícia e a segurança da companhia encontram-se engajadas na criação de um ambiente de trabalho seguro.

O Tribunal de Trabalho de Joanesburgo analisa uma queixa levantada pelo AMCU, que considera inconstitucional o envio de mensagens telefónicas aos trabalhadores, convidando-os a regressar ao trabalho, por parte do patronato das três companhias mineiras.

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