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África do Sul: lançada campanha contra o ANC e a Aliança Democrática

“Foi lançada esta terça-feira (15) na cidade de Joanesburgo, a campanha contra o voto a favor do partido no poder e à maior força da oposição, o Congresso Nacional Africano (ANC) e a Aliança Democrática (DA), respectivamente”.

A campanha, denominada Sidikiwe Vukani! Vote No campaign (Campanha Não ao Voto, Despertai que Estamos Cansados!), é liderada pelo veterano do ANC, Ronnie Kasrils, e foi lançada na Universidade de Witswatersrand (Wits), nesta terça-feira (15).

A iniciativa consiste na sensibilização da população no sentido de esta votar nos partidos de fraca representação no Parlamento ou destruir o boletim de voto no escrutínio de 7 de Maio próximo.

“O ANC não estará a salvo da crise arrastada pelos diversos escândalos protagonizados pelos seus líderes arrogantes e autoritários”, afirmou Kasrils, no acto do lançamento da campanha.

O veterano do ANC, antigo líder do braço armado dos camaradas, o Umkhoto we Sizwe (Lança da Nação), previu que o partido no poder iria perder a sua hegemonia até o ano 2019, caso nada seja feito para restaurar a sua dignidade.

“Lançámos esta campanha para endereçarmos uma mensagem de insatisfação ao ANC e à DA. Quanto ao ANC, caso este não tome nenhuma decisão de mudança, até 2019 terá perdido grande parte dos seus simpatizantes”, alertou Kasrils.

Em conferencia de Imprensa que antecedeu o lançamento da campanha, o antigo ministro da Inteligência afirmou que o ANC, não na sua totalidade, era corrupta dando como exemplos o caso Nkandla (o uso indevido de mais de 200 milhões de randes na remodelação da casa privada do Presidente Zuma), Guptagate (uso do Aeroporto das Força Aérea da África do Sul para receber um avião fretado na Índia para levar convidados ao casamento da família multimilionária Gupta), entre outros casos.

Kasrils instou os cidadãos sul-africanos a destruir os boletins de voto caso não identifiquem um partido que represente as suas aspirações.   Por outro lado, fez saber na ocasião que a campanha, ora lançada, iria continuar depois das eleições gerais de Maio próximo.

Estiveram presentes no lançamento, antigos líderes do Partido Comunista (SAPC, sigla em inglês), um dos aliados do ANC, Mazibuko Jara, Vishwas Satgar e a antiga vice-ministra da Saúde, Nozizwe Madlala-Routledge.   Ronnie Kasrils demitiu-se do cargo de ministro da Inteligência em solidariedade ao Presidente Thabo Mbeki, quando este foi afastado da Presidência em 2008.

A Liga Juvenil do ANC (ANCYL, sigla em inglês), considerou, em comunicado emitido na terça-feira (15), que Kasrils era movido pelo ódio a Zuma. “Se o camarada Ronnie continua insatisfeito com os resultados do Congresso do ANC em Polokwane em Dezembro de 2007 (que elegeu pela primeira vez Jacob Zuma para Presidente do partido), ele deve consultar um psicólogo, só assim poderá concordar com o estado actual do ANC e do país”, lê-se no comunicado.

Por seu turno, a ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, afirmou que este tipo de campanha mostrava a irresponsabilidade e a traição ao povo que lutou pelo país.   Esta campanha, lançada por Kasrils, junta-se às demais vozes insatisfeitas com a actual liderança do partido dos camaradas com destaque para o antigo secretário-geral da Confederação dos Sindicatos da África do Sul (Cosatu, sigla em inglês), Jay Naidoo, e do veterano do ANC, Pallo Jordaan.

Refira-se que o maior filiado da Cosatu, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Ramos dos Metais (NUMSA, sigla em inglês), já veio a público afirmar a sua retirada da campanha a favor do ANC.

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