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Afogamento de dois jovens tornou a água imprópria durante dois dias na cidade Nampula

Afogamento de dois jovens tornou a água imprópria durante dois dias na cidade Nampula

Não bastasse o apagão de electricidade, que dura há 14 dias, e o já restrito fornecimento de água potável à cidade de Nampula, os munícipes da chamada capital norte estiveram dois dias privados do precioso líquido devido ao afogamento de dois jovens nas proximidades da Estação de Tratamento de Água (ETA).

Nos dias 19 e 20 de Janeiro a água potável da rede pública, sob gestão do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), não jorrou para os cerca de 30 mil consumidores.

Oficialmente não houve uma explicação, mas o @Verdade apurou que, na véspera do dia 19 do corrente mês, dois jovens que tentaram atravessar o rio Monapo nas proximidades da ETA, a cerca de 10 quilómetros do centro da cidade de Nampula, morreram afogados.

O director regional norte do FIPAG, Ilídio Kossa, negou que o corte no abastecimento de água a cidade de Nampula tenha estado relacionado com uma contaminação das águas da ETA.

Contudo as autoridades policiais, através do Departamento de Relações Públicas do Comando provincial, confirmaram ao @Verdade o afogamento e a suspeita de que os corpos possam ter sido arrastados pelas águas do rio que abastece a cidade de Nampula, daí não terem sido recuperados até a passada sexta-feira (23).

Uma testemunha ocular, identificada pelo nome de Bento José, relatou que as vítimas tentavam, como habitualmente, atravessar para a zona de Tjaine, localizada na outra margem do rio Monapo, mas porque o rio tinha atingido o seu limite de capacidade, foram arrastados pela corrente, não tendo sido possível socorrê-los.

“Nós seguíamos a Tjaiane onde temos as nossas machambas, e tem sido habitual atravessar o rio Monapo, mas desta vez os meus amigos, infelizmente, não conseguiram atravessá-lo, e eu tive de regressar de imediato”. Vários cidadãos, agricultores e pescadores utilizam frequentemente aquele curso de água como caminho mais curto para as suas machambas ou para a prática da pesca.

Uma outra fonte do FIPAG confirmou a ocorrência e revelou ao @Verdade que a empresa foi forçada a interromper o fornecimento de água potável, que durante o apagão está restrito a poucas horas do dia, à rede pública durante dois dias para trabalhos de desinfecção.

Durante os dois dias sem água da rede, os munícipes de Nampula, que já enfrentam um surto de diarreias agudas, devido à má qualidade água que consomem, foram forçados a recorrer a poços caseiros e fontenários.

Outros, com capacidade para comprá-la aos privados que a fornecem através de camiões cisterna, consumiram a da estação de bombagem número 2, localizada no bairro da de Carrupeia, e da estação de bombagem da Serra da Mesa, no bairro de Muhala Expansão.

Entretanto, passados os dois dias em que decorreu a desinfecção, a água voltou a jorrar mas ainda restrita a poucas horas do dia. Além da falta de energia eléctrica para o seu fornecimento, o volume de água disponível no rio Monapo está ainda aquém das necessidades.

Para responder à crise permanente, a edilidade de Nampula investiu cerca de dois milhões de meticais para que o fornecimento do precioso líquido possa acontecer através de tanques transportados em camiões para os 12 bairros do Município.

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