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Afinal os golos são como ketchup, pelo menos para Portugal

Afinal os golos são como ketchup

Cristiano Ronaldo é o maior craque português do momento, porém nos últimos dois anos o seu talento não tem chegado para marcar golos quando enverga a camisa das quinas. “Os golos são como ketchup, podem demorar a sair, mas vêm todos de uma vez” havia afirmado o astro recentemente.

E os grandes jogadores brilham muito mais nos jogos mais decisivos, tal como Eusébio há 44 anos conduzira a seleção das quinas a vitória no Mundial da Inglaterra em 1966, na Àfrica do Sul esta segunda feira Ronaldo levou a sua equipa para uma goleada histórica, e os golos vieram, sete de uma só vez, contra nenhum da Coreia do Norte, diga-se uma digna seleção vencida.

Portugal chega aos quatro pontos no Grupo G, dois a menos do que o Brasil, e três mais do que a Costa do Marfim. A Coreia não tem nenhum ponto e está eliminada deste torneio.

63 mil pessoas presenciaram no Estádio Green Point, a maior vitória de sempre de Portugal em fases finais de Campeonatos do Mundo, num jogo que até não foi tão fácil como o expressivo resultado pode indicar. A Coreia do Norte aguerrida e lutadora equilibrou bastante o jogo durante os minuto iniciais e a seleção das quinas tentava em remates de longe ou por lances longos penetrar na àrea de Guk Ri.

Cristiano Ronaldo foi o primeiro a testar a atenção do guarda-redes coreano, depois foi Ricardo Carvalho que depois de lançar um contra-ataque e foi até a àrea rematar para fora. Daí a pouco novamente o central do Chelsea criou perigo, cabeceando para o poste.

A Coreia do Norte respondeu com um remate perigoso do defesa direito Jong Cha e uma iniciativa de Tae Jong que, bem lançado, não conseguiu controlar a bola. Aos 18 minutos, um remate de Hong proporcionou uma defesa brilhante a Eduardo e, na recarga, Pak cabeceou por cima da baliza. A Coreia não facilitou e, sempre que pôde, rematou para a baliza portuguesa.

Até que aos 29 minutos, Tiago, num passe magistral lançou Raul Meireles e na área e o jogador do FC Porto, à saída de Guk Ri, atirou forte e rasteiro para o primeiro golo no jogo e o primeiro da selecção no Mundial 2010.

A dupla de médios quase repetia a proeza pouco depois, com um centro de Tiago a atrapalhar um defesa coreano que colocou a bola nos pés de Meireles, mas desta vez o remate não levou a direcção desejada. Ainda antes do descanso Ronaldo rematou com a bola a passar perto do poste esquerdo e, por pouco, Hugo Almeida falhou um desvio de calcanhar, após centro de Fábio Coentrão na jogada seguinte.

A abrir a segunda parte, Tiago testou a atenção de Ri com um pontapé de fora da área que o guarda-redes coreano desviou para canto. A Coreia do Norte ainda voltou a ameaçar a baliza de Eduardo, que mostrou muita atenção e segurança para ssegurar o remate de Tae Se.

O jogoo estava muito movimentado, e interessante, e aos 51 minutos Ronaldo lançou Fábio Coentrão na esquerda, o defesa cruzou para o coração da área onde surgiu Hugo Almeida a desviar para fora. Os adeptos portugueses, em grande maioria no estádio, e Carlos Queirós desesperavam pelo segundo golo.

Minuto 53, Hugo Almeida deixou a bola para Raul Meireles que isolou Simão e o extremo rematou para o 2-0.

Daqui em diante tudo ficou mais fácil, ao minuto 56 mais uma jogada fantástica e mais um golo de Portugal: Tiago lançou a corrida de Fábio Coentrão na esquerda, o defesa do Benfica cruzou para o sítio certo e Hugo Almeida, de cabeça, ampliou a vantagem.

Entusiasmados, os jogadores portugueses não tiraram o pé do acelerador e, aos 60 minutos, Cristiano Ronaldo conduziu um contra-ataque pelo flanco esquerdo e assinou uma assistência perfeita para o quarto golo, marcado por Tiago.

O avançado do Real Madrid procurou o golo de todas a formas, mas apesar da sede de marcar não foi egoísta e ofereceu mais dois golos que Meireles e Coentrão desperdiçaram.

À entrada dos últimos dez minutos, um corte falhado de um defesa coreano deu a chance que Liedson precisava. O ponta-de-lança, que havia substituído Hugo Almeida, não costuma falhar e não falhou mesmo.

Mas este era o jogo que os portugueses precisavam para afastar todo o mau ambiente que nas últimas semanas se criou em torno da seleção e, para além de vitória, além de marcar muitos golos que poderão ser necessários para o desempate final do Grupo, faltava afastar o fantasma que impedia os golos da sua estrela mor, Cristiano não marcava em jogos oficiais desde o Campeonato da Europa de 2008.

Faltando três minutos do fim do tempo regulamentar, Liedson ganha uma bola dividida com o defesa e a jabulani sobra para Ronaldo, caprichosamente ganha terreno com ela entre a cabeça e as costas, coloca-a no pé e remata sem muita forta mas com muita pontaria para o fundo da baliza de Guk Ri.

Seis a zero vencia Portugal. Mas enquanto o àrbitro não deu por terminada a partida os jogadores lusos não deram descanso a Guk Ri, que aos 89 minutos foi buscar mais uma vez a jabulani ao fundo da sua baliza, Tiago, de cabeça, bisou no encontro e estabeleceu o 7-0 final.

Na sexta-feira, às 16 horas em Durban, Portugal defronta o Brasil, que está apurado mas não tem garantido o primeiro lugar do Grupo, importante para definir o adversário nos oitavos de final. A Costa do Marfim joga na mesma altura contra a Coreia do Norte, em Nelspruit, e tentará uma goleada ainda maior que esta pois é a unica forma de ainda ter esperanças num apuramento a fase seguinte.

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