Os advogados da camareira de hotel que acusa Dominique Strauss-Kahn de violência sexual acrescentaram, esta Terça-feira, uma nova alegação no processo civil contra o ex-director do FMI, valendo-se de uma obscura lei municipal de Nova York sobre “violência motivada pelo género”.
“O réu cometeu um ‘crime de violência’ contra a autora da acção por ela ser mulher e, pelo menos em parte, porque ele tem um ânimo contra mulheres”, diz a nova versão da acção, protocolada num tribunal do Bronx, onde vive a camareira Nafissatou Diallo.
A nova acusação permite que a defesa use alusões ao passado sexual do político francês, o que às vezes é considerado inadmissível e irrelevante se não tiver ligação directa com as intenções do réu.
“Como um dos elementos da prova desta acusação é mostrar que a intenção da agressão baseou-se no género, será muito mais fácil para nós introduzirmos outros actos sexuais não-consensuais para mostrar que Strauss-Kahn cometeu-os contra mulheres por causa do seu género”, disse Douglas Wigdor, um dos advogados da acusadora.
Os advogados de Strauss-Kahn não comentaram a notícia. Em Maio de 2011, Strauss-Kahn foi preso quando preparava-se para deixar Nova York, depois de ser acusado pela camareira de obrigá-la a fazer sexo oral.
O processo criminal foi arquivado por causa de dúvidas sobre a credibilidade de Diallo, mas a acção civil prossegue.
Depois desse incidente, que levou Strauss-Kahn a renunciar à chefia do Fundo Monetário Internacional e desistir de disputar a Presidência da França, o nome do político apareceu vinculado a outros escândalos sexuais no seu país.