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Acusações de fraude marcam eleição regional na Nigéria

O desaparecimento e destruição de urnas marcaram as eleições para governos estaduais em parte da Nigéria na terça-feira, embora tenham ocorrido poucos incidentes orquestrados de violência, como os que assolaram pleitos anteriores. As votações estaduais são a última etapa de um processo eleitoral até agora considerado por observadores e por muitos nigerianos como o mais limpo das últimas décadas, mas que também registrou alguns dos piores incidentes de violência política do país nos últimos anos. Os distúrbios deixaram centenas mortos na semana passada no norte do país, de maioria muçulmana, depois que o presidente Goodluck Jonathan, um cristão do sul, reelegeu-se derrotando o nortista Muhammadu Buhari.

Na terça-feira, houve problemas localizados, mas nada em escala semelhante. Soldados prenderam pessoas roubando urnas em vários Estados de todo o país, incluindo partes da região petrolífera do Delta do Níger, no sul, e de Kano, no norte. As forças de segurança mataram a tiros um homem acusado de tentar roubar uma urna na cidade de Maiduguri, no nordeste, e testemunhas relataram um tiroteio enquanto urnas eram levadas de pelo menos uma seção eleitoral no Estado sulista de Akwa Ibom. “Houve algumas perturbações e abusos pelo país, o que é uma preocupação (…). O comparecimento às urnas foi muito baixo em diversas áreas”, disse Clement Nwankwo, diretor da entidade Centro de Política e Militância Jurídica.

O candidato da oposição em Akwa Ibom, onde a disputa era muito acirrada, disse que houve fraude generalizada. “Esta não é uma eleição, esta não é a voz do povo, ela não representa nada senão criminalidade”, afirmou James Akpanudoedehe, do Congresso da Ação da Nigéria (ACN), pedindo o cancelamento parcial da votação.

O comparecimento eleitoral foi baixo especialmente em algumas áreas do norte mais atingidas pelas revoltas da semana passada. Em várias partes do país, o processo de votação atrasou porque centenas de mesários faltaram, temendo a violência. Havia também um número muito menor de observadores internacionais do que nas eleições presidenciais, por causa de um atraso no ciclo eleitoral.

A Comissão Nacional Eleitoral Independente (Inec), que adiou o pleito em dois dias nos Estados nortistas de Kaduna e Bauchi, por causa da violência da semana passada, disse estar ciente dos relatos de problemas. “Onde houver irregularidades flagrantes a comissão tem poderes, inclusive se necessário para cancelar os resultados de seções eleitorais”, disse o porta-voz Kayode Idowu, acrescentando no entanto que a violência foi menos grave do que em pleitos anteriores.

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