Fundado em 1875, o diário Al-Ahram é um dos títulos mais antigos da imprensa árabe. À boa maneira estalinista, não hesitou em manipular uma fotografia para dar mais protagonismo ao Presidente Hosni Mubarak.
O diário egípcio Al-Ahram recorreu a uma fotografia retocada para ilustrar a cimeira de Sharm el-Sheikh. de 14 de Setembro de 2010. Nela, vêse o Presidente egípcio Hosni Mubarak a caminhar à frente de um pequeno grupo formado por Barack Obama e Mahmud Abbas, pelo rei Abdallah da Jordânia e Benjamin Netanyahu. Na realidade, Hosni Mubarak não ia à frente, mas atrás dos outros.
Tirada em Washington, na Casa Branca, por ocasião do encontro para o lançamento de negociações directas entre palestinianos e israelitas, a 2 de Setembro, a fotografia retocada ilustrava um artigo intitulado “O caminho de Sharm el-Sheikh”.
Operação cirúrgica
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o enviado especial da Administração norteamericana para a paz no Médio Oriente, Georde Mitchell, chegaram dois dias mais cedo à instância balnear do mar Vermelho para uma mediação entre israelitas e palestinianos.
Hosni Mubarak foi o anfitrião da cimeira e a fotografia devia assim ilustrar o papel proeminente da diplomacia egípcia. Esta manipulação valeu ao maior diário do país duras críticas.
O Movimento dos Jovens do 6 de Abril’ vê nisso a prova de uma falta de profissionalismo, ao passo que o diário egípcio independente Al-Masri Al-Youm fala de uma “operação cirúrgica” destinada a fazer aparecer o Presidente numa posição melhor do que na realidade tem.