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Acesso à saúde: Moçambique continua com um rácio abaixo do recomendável

Acesso à saúde: Moçambique continua com um rácio abaixo do recomendável

A garantia da disponibilidade de medicamentos e materiais médicos vitais e essências nas unidades sanitárias para responder às necessidades dos pacientes continua uma miragem no Sistema Nacional de Saúde (SNS) e, aliada à ineficiência das autoridades na resolução do problema, a saúde de milhares de moçambicanos pode definhar.

Segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), no país existem 1.277 unidades de saúde, o que corresponde a um hospital por 15.000 habitantes e aquém da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece uma unidade sanitária por cada 10.000 habitantes.

“Apenas 36% da população pode chegar a uma unidade de saúde andando 30 minutos a pé e apenas 3% destas instituições de saúde são hospitais com a capacidade de dar assistência integral e gerir partos complicados”, disse Jorge Matine, médico e pesquisador do CIP, numa conferência de Imprensa havida esta terça-feira (01) em Maputo.

Em relação às constantes rupturas de medicamentos essenciais e de tratamento de HIV e TB, um problema que tem sido reportado pela imprensa nas várias regiões do país, bem como pelas organizações da sociedade civil, o pesquisador condenou o facto de o Ministério da Saúde (MISAU) não trazer informação credível do que se passa, limita-se a dizer que são questões isoladas e de falta de comunicação entre os governos provincial e distrital.

Nesse contexto, para o CIP, a questão dos medicamentos já não é uma crise passageira e de falta de comunicação no sistema, mas um problema crónico do sector e perante o urge uma reacção coordenada e responsável das autoridades de saúde.

“O sistema público funciona com um deficit crónico, pois os produtos recebidos correspondem a pouco mais da metade das necessidades. As constantes crises de medicamentos poderão afectar os indicadores de saúde com particular a atenção para a adesão à testagem e tratamento de HIV, TB e Malária, doenças com maior peso no sistema. Pois este tipo de fenómenos minam a confiança no sistema, criam condições para abandono ao tratamento de pacientes crónicos, perca de oportunidade e falta de eficácia da estratégia tratamento como prevenção”, disse Jorge Matine.

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