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Acção sindical na África do Sul afecta o crescimento do país

Dois meses de turbulências no mercado de trabalho provavelmente vão forçar a África do Sul a rever novamente as suas perspectivas de crescimento económico, disse, este Domingo (14), o vice-governador do Banco Central do país, Daniel Mminele.

As greves iniciadas nas minas de platina deixaram mais de 50 mortos e disseminaram-se por outros sectores, afectando a confiança dos investidores na maior economia da África e abalando a imagem do governo do presidente Jacob Zuma.

Mais de 70 mineiros foram presos depois dos confrontos com a polícia, este fim-de-semana, e os trabalhadores da Anglo American Platinum prometem continuar com a sua paralisação, mesmo depois de a empresa ter demitido milhares de grevistas.

“É bem provável que as previsões de crescimento sejam revistas”, disse Mminele num pronunciamento num seminário de investimentos do JP Morgan em Tóquio, publicado no website do banco central sul-africano.

Os últimos prognósticos económicos do Reserve Bank indicavam uma média de crescimento de 2,6 por cento este ano e 3,4 por cento no próximo ano – ainda assim, bem menor do que a taxa que a África do Sul admite precisar para reduzir o desemprego de um quarto da força de trabalho.

Não ficou claro de imediato se Mminele estava a referir-se a essas previsões de crescimento, divulgadas em Setembro. Noutro golpe para a África do Sul, a agência de classificação de risco Standard and Poor’s reduziu o rating do país, Sexta-feira, citando como motivo as greves e a tensão social.

Reagindo ao rebaixamento, Mminele disse que as autoridades estavam decepcionadas, mas que algumas das críticas eram válidas.

Impacto dos salários

OS analistas de finanças estão preocupados não somente com a turbulência, mas também com o possível impacto de aumentos de salários obtidos por alguns grevistas sobre a inflação – reajustes de até 22 por cento no caso dos mineiros da Lonmin Plc.

O banco central ainda não tem evidências de que os aumentos de salários estejam a torna-se uma norma, mas terá de fechar os olhos no caso de terem o efeito de elevar os preços ou expectativa de aumento dos preços, afirmou Mminele.

No fim de semana prosseguiram os confrontos, quase dois meses depois de a polícia ter matado a tiros 34 grevistas na mina Marikana, da Lonmin, a 16 de Agosto, no incidente mais sangrento na história da África do Sul pós-apartheid.

A polícia dispersou um protesto de 600 trabalhadores da mina da Gold Fields, os quais permaneciam sentados, exigindo a libertação dos colegas detidos numa delegacia, cerca de 45 quilómetros a oeste de Johanesburgo. Foram presos 72 mineiros.

Perto de Rustenburg, no chamado “cinturão da platina”, cerca de 120 quilómetros a noroeste de Johanesburgo, a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha depois que uma passeata perto de uma mina da Anglo American Platinum tornou violenta-se. Quatro manifestantes foram presos.

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