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A ntyiso wa wansatititi – O Mundo à nossa espera

Nunca se sabe ao certo o que nos atrai numa pessoa. Às vezes nem chega a ser uma olhar que se troca, apenas uma energia invisível que cruza o oxigénio que respiramos, uma vontade inconsciente que no impele para alguém totalmente desconhecido mas que queremos perto de nós, dentro da nossa vida.

Nunca se sabe o que nos faz fixar o olhar em alguém que nunca vimos mais do que o que o acaso obriga, no meio de tantas outras pessoas. A atracção é um dos mais belos mistérios da condição humana e talvez o que mais faz avançar o mundo. Naquela tarde havia mais homens no estúdio e por isso mesmo mantive os olhos em baixo ou presos nos olhares daqueles que já conheço. Sei que a minha presença só por milagre passa despercebida e não gosto de me sentir como uma taça etrusca em exposição na colecção Gulbenkian, por isso tento que o meu corpo, a minha voz e o meu cheiro não sejam demasiado óbvios. Se pudesse, usava o manto invisível do Harry Potter. Queremos sempre quilo que não temos, não é?

Quando era miúda pensava que, quando fosse grande, o mundo inteiro olharia para mim e me admiraria. Hoje, gosto do reconhecimento, mas tenho saudades do anonimato, porque adoro ser uma pessoa normal. E tu fazes-me sentir uma pessoa normal. Desde o nosso segundo encontro – o primeiro não conta, porque quase nem olhaste para mim, deve ter sido o único em que me viste com o meu nome completo – que me senti eu e intuí que me vias como sou, acima de tudo o que existe à minha volta e isso fez-me ter confiança em ti. Quando as pessoas me perguntam como és, costumo responder que és tão normal e saudável que é isso que faz de ti uma pessoa extraordinária. As pessoas esqueceram-se de ser e de estar, andam todas a inventar números, poses e atitudes. Mas tu não. Tu és assim, discreto, despenteado, trocista, observador, selectivo, generoso para os amigos e dedicado a quem amas.

Ninguém se lembra de desenhar um brasão inventado com um cão e um smile numa prancha de surf, ninguém imagina como pode ser divertido plantar um anão de gesso pintado numa floreira de um segundo andar, ninguém faz torradas com manteiga e mel como tu. Aprender a gostar de ti foi uma evidência porque, à medida que te descobria, gostava mais de te conhecer. Tens a mesma leveza, a mesma graça, a mesma bonomia perante a vida, tens o olhar mais próximo e límpido que alguma vez vi num homem, um coração imenso e uma cabeça arrumada. E não tens medo de mim.

Não perguntas todos os dias ao espelho porque é que estou contigo, não lanças dúvidas inúteis para o ar, não te escondes atrás de nada, não pensas que pode acontecer o pior, não rejeitas o meu mundo e aceitas os meus amigos com uma generosidade rara, não me pedes para mudar em nada e sabes que gosto de ti assim, como és, exactamente por seres quem és, por não quereres mudar nada em ti. Talvez um dia a tua preguiça me canse, talvez os teus silêncios um dia me pesem, talvez o teu sarcasmo um dia me toque a pele, mas isso não vai mudar nada, porque o que sinto por ti não é só atracção, nem vontade, nem prazer.

É cuidado, atenção, mimo e respeito e a certeza de que ao teu lado sou a pessoa mais feliz que posso ser. Dizem que tenho a rara qualidade de puxar nos outros o que há de melhor neles, mas afinal tu também és assim. É por isso que estou sempre a sorrir, que ando de patins como uma menina pequenina a quem compras pulseiras e outros brinquedos para a ver feliz. Tu fazes-me muito feliz, meu Farrapito. A minha alegria, paz, tranquilidade e felicidade são os melhores presentes que te posso dar, porque nunca se vão perder, gastar ou ficar esquecidos numa gaveta. Parabéns meu querido. O Mundo está à nossa espera.

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