No fim deste mês, Moçambique vai lutar por mais um lugar nos Jogos Olímpicos de Londres, desta feita na modalidade de basquetebol feminino. A selecção nacional já treina afincadamente para assaltar um lugar nas Olimpíadas, todavia, nem tudo concorre para que o objectivo seja alcançado.
A selecção nacional de basquetebol sénior feminina vai participar de 25 de Junho a 1 de Julho em Ankara, Turquia, no torneio de quali ficação para os jogos Olímpicos de Londres 2012. Tal convite veio após a anunciada desistência da selecção do Senegal, a vice-campeã africana.
Para além de Moçambique, mais onze equipas vão fazer parte deste torneio, nomeadamente: Turquia, Mali, França, República Checa, Croácia, Coreia do Sul, Argentina, Canadá, Japão, Nova Zelândia e Porto Rico.
Contudo, nem todas as condições estão criadas para que o combinado nacional tenha uma boa prestação nesta prova.
É que, para além do nosso basquetebol feminino se encontrar num estágio de inércia causado pela falta de competição interna, sendo que a última competição decorreu em Maputo em Fevereiro e com apenas três equipas (A Politécnica, Liga Muçulmana e Soprotecção de Quelimane) após o cancelamento da sua realização em Quelimane, o país também se debate com a falta de infra-estruturas.
O @Verdade contactou o seleccionador nacional de basquetebol a fi m de se inteirar do estágio de preparação da nossa selecção com vista a este torneio que arranca já no próximo mês.
Nazir Salé começou por lamentar a falta de competições internas que podem ajudar a manter o ritmo competitivo das atletas visto que os adversários que Moçambique tem pela frente possuem um índice e volume de trabalho muito superiores ao nosso, o que coloca a selecção numa situação delicada para conseguir a quali ficação.
Entretanto, garantiu que neste momento estão a ser feitos trabalhos que visam a manutenção da forma do grupo, corrigindo e melhorando a técnica individual das atletas, bem como a sua condição física.
No capítulo táctico, Nazir Salé disse apostar no “um contra um”, na elevação da e ciência e e ficácia na concretização do lançamento longo bem como no jogo ofensivo com transições rápidas e organizadas de bola, uma vez que a estatura baixa das atletas permite, por vezes, que o adversário cometa erros.
Sobre a qualifi cação em si, o seleccionar nacional mostra-se bastante apreensivo. Aponta como principais adversários a desorganização do desporto nacional, dos dirigentes e dos fazedores do basquetebol, em particular.
Disse não entender os motivos que fazem com que o país tenha falta de pavilhões para efectuar treinos condignos mesmo depois de ter acolhido os jogos africanos em 2011. Disse, de forma didáctica, que a falta de jogos de controlo limita o ângulo de observação do processo evolutivo das atletas. Citou igualmente a necessidade de realizar jogos amigáveis para melhor observação do rendimento das atletas o que, infelizmente, em Moçambique não acontece.
A selecção que nos representa
Trata-se de uma miscelânea entre novos talentos e jogadoras com experiência internacional. É composta por nove atletas da Liga Muçulmana (Deolinda Ngulela, Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Leia Dongue, Filomena Micato, Rute Muianga, Cátia Halar e Inguild Mucauro), quatro da Apolitécnica A (Ana Flávia, Sheila Ventura, Isabel Mavamba e Ilda Chambe), uma da Apolitécnica B (Ludmila Rangel), uma do Maxaquene (Ondina Nhampossa), e três do Ferroviário de Maputo (Cecília Henrique, Onélia e Suzana) que poderão juntar-se a mais três atletas que actuam no estrangeiro, nomeadamente Deolinda Gimo, do 1º de Agosto de Angola, Clarisse Machanguana, da Itália, e Vanessa, dos Estados Unidos da América.
Os treinos do combinado nacional decorrem no pavilhão da Liga Muçulmana, cedido por bondade e desportivismo daquele clube da capital do país. Re ra-se que Moçambique vai participar com equipas potencialmente fortes, tendo em conta o ranking da Federação Internacional Basquetebol (FIBA), que coloca Moçambique na 37ª posição, sendo que a mais acessível para a turma moçambicana é a selecção da Croácia, a 31ª classi ficada.
Sobre o sorteio, as selecções foram divididas em quatro grupos de três equipas cada. As duas melhores de cada grupo avançam para os quartos-de- final. Os quatro semi- finalistas e o vencedor dos “Play-O ” do quinto lugar quali ficam-se para os Jogos Africanos. Moçambique vai defrontar a selecção da Croácia no dia 25 e a da Coreia do Sul no dia seguinte.