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A luta contra as alterações climáticas nas mãos de líderes mundiais

O futuro de um novo acordo climático multilateral está agora nas mãos dos líderes mundiais, que na conferência de Copenhague em dezembro terão a chave para um acordo político que pode salvar uma negociação sob o peso de sua enorme complexidade.

A última rodada de negociações técnicas antes da reunião de Copenhague (de 7 a 18 de dezembro) terminou na sexta-feira em Barcelona (Espanha) com a convicção de que o encontro da capital dinamarquesa não irá culminar em um tratado internacional, mas em uma declaração política com a promessa de alcançar um acordo global em 2010.

“O que é preciso é vontade política dos líderes do mundo, não aceitamos que nos digam que não há tempo”, disse Mar Assunción, responsável pelo setor de mudanças climáticas da ONG WWF Espanha. Cerca de 40 chefes de Estado e de Governo manifestaram sua intenção de ir para Copenhague, mas nenhum deles confirmou a sua presença.

Entre eles está o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu que seus colegas participem da reunião de dezembro e anunciou que iria conversar com o presidente americano Barack Obama. Além de Obama, Lula considerou essencial a participação de líderes da China e da Índia, os gigantes asiáticos que, em conjunto com o Brasil e a Rússia, formam o grupo dos BRICs, que são grandes emissores de gases de efeito estufa.

“O presidente Obama reconheceu várias vezes que os mais pobres são aqueles que mais sofrem com as alterações climáticas. Se algum momento foi o tempo da ousadia e da esperança, é agora”, disse David Waskow, diretor do programa de Mudanças Climáticas da Oxfam América, no final da reunião de Barcelona. Durante o mês que falta até Copenhague, “há uma série de lugares onde os líderes do mundo irão se encontrar nas próximas semanas e a questão das alterações climáticas deve ser parte da agenda”, afirmou, por sua vez, Alden Meyer, responsável pela ONG Union of Concerned Scientiests.

O primeiro destes encontros, em 14 e 15 de novembro em Cingapura, é a cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que além dos Estados Unidos e China, inclui o Peru, Chile e México. Obama irá viajar para Pequim logo após o encontro, em sua primeira visita como presidente à China, que irá proporcionar uma oportunidade para contatos bilaterais. Em 24 de novembro, está prevista ainda uma visita do primeiro-ministro indiano Manmohan Singh a Washington.

Uma semana antes da reunião de Copenhague, a cúpula do Estoril (Portugal) deve permitir especificar uma “posição comum” dos países ibero-americanos sobre o clima. Segundo os observadores, apenas uma forte vontade política dos chefes de Estado e de governo pode salvar as negociações, que nos dois anos desde a Conferência de 2007 em Bali (Indonésia) fez pouco progresso devido à sua complexidade.

“A razão por que isso é tão difícil é a magnitude e a natureza da transformação que temos que fazer”, disse Meyer. “Basicamente estamos falando de reinventar a sociedade industrial nos próximos 30 ou 40 anos” para reduzir o aumento médio da temperatura e limitar o aumento das catástrofes naturais como ciclones, inundações e secas, que ameaçam a sobrevivência de centenas de milhões.

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