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A lição de palmo e meio

A lição de palmo e meio

A reportagem do @Verdade acompanhou a rotina de 14 crianças moçambicanas por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Criança, que se assinala a 1 de Junho. Os relatos aqui publicados compõem uma perturbadora radiografia de casos de violação dos mais elementares direitos da pequenada. Do menino órfão que quer ser enfermeiro, passando pela rapariga que pretende ser comandante de uma aeronave, até ao rapaz cujo desejo é tornar-se agente da Lei e Ordem, em comum, os petizes guardam o facto de não gozarem da sua infância, à semelhança de outros menores. Apesar da idade e de todo o tipo de privações por que passam, elas têm uma lição a dar à sociedade e aos mais adultos: nunca desistir dos sonhos.

Nos arredores da cidade de Inhambane, existe o bairro Malembuane, onde as crianças – embora sem números em nossa posse – ocupam uma grande percentagem em termos demográficos. É um conglomerado inclinado para o mar, fazendo com que, por causa dessa localização geográfica, muitos dos seus habitantes procurem o sustento nas actividades pesqueiras. Por inerência desse factor e da necessidade permanente de sobrevivência, os petizes também são arrastados, fazendo com que vivam entre a escola e o trabalho duro.

Falar da vida destas “flores que podem murchar” no Dia 1 de Junho é mais do que redundante. Porém, abordar aquilo que é o seu quotidiano, é uma missão que nos leva à verdadeira dimensão em que a maior parte delas vive.

Naimo Miguel tem 10 anos de idade. Ele frequenta a 6ª classe e, para chegar à escola, percorre, diariamente, uma distância de cerca de cinco quilómetros. A pé. Entra às 6h30 e fica lá até às 12h00. Não é difícil perceber – lendo a cara deste menino – que sofre privações básicas. Sai de casa sem ter comido nada. Não leva nenhum farnel. Mesmo assim é obrigado a concentrar-se e de ter rendimento pedagógico positivo no fim do ano lectivo.

Pior do que isso, depois de voltar para casa, ainda lhe esperam vários trabalhos, dos quais não se pode esquivar. Tem de ir, depois da primeira refeição, que acontece perto das 14h00, controlar os cabritos amarrados na mata. Não é tudo, pois depois vai dar de comer aos porcos que alguém deixou para deles ele cuidar, na residência onde vive com os pais.

A Naimo Miguel esperam ainda outras actividades, como lavar a loiça e algumas tarefas pontuais. E quando tudo isso termina, já anoiteceu. Quer dizer, o tempo que o menino tem para brincar é muito pouco. Não tem sapatos para calçar e ser igual aos outros meninos. “Só tenho estes chinelos”, diz. E sobre como vai passar o dia 1 de Junho, Naimo deu-nos toda a resposta num encolher de ombros e num sorriso que já perdeu toda a ingenuidade.

Em situação idêntica está Érica Ernesto, uma menina de 11 anos e que também anda na 6ª classe. Ela frequenta a escola com sacrifício e permanece das 6h30 às 12h00 sem comer nada. Ela nem sempre consegue levar alguma coisa para o lanche. “Às vezes, levo pão, mas não é todos os dias”, conta.

Quando sai da escola ainda lhe esperam trabalhos como varrer a casa e lavar a loiça. “Vivo com a minha mãe (desempregada) e a minha avó. Ajudo nos trabalhos de casa”, afirma. Tal como Naimo, esta menina também não tem sapatos: “Só tenho estes chinelos”. Sobre como vai passar o dia 1 de Junho, a resposta foi muito simples e profunda: “Não sei”.

Mas tudo isto pode parecer pouco se olharmos para aqueles meninos que têm tarefas mais pesadas como a pesca. O tempo que não é ocupado na escola é investido na procura de marisco. Há crianças que são acordadas a altas horas da noite para irem à pesca de camarão e, depois de voltarem, de madrugada, eles têm de acordar cedo para irem à escola. Mas ninguém se espanta com isso, pelo menos neste bairro que ainda mantém traços rurais. A própria comunidade acha isso normal e pergunta se estas crianças não trabalharem, o que é que elas vão comer.

Outra sorte tem Sílvio Orlando, de oito anos de idade. Ele é um petiz descendente de uma família de baixa renda. O seu pai faleceu há alguns anos e a sua mãe é estudante do Centro de Formação de Saúde de Mocuba. O pequeno vive no bairro Marmanelo e estuda na Escola Primária Completa de Marmanelo, onde frequenta a 3ª classe. Os dias do petiz são repletos de inúmeras dificuldades.

A primeira é o acesso à água potável para a sua higiene pessoal. Ele acorda cedo e dirige-se ao rio Licungo para tomar banho e depois segue o percurso em direcção à EPC, que fica a 200 metros da casa. Sílvio não dispõe de pasta para proteger o seu material escolar. No estabelecimento de ensino no qual estuda, passa por humilhações dos seus colegas que dispõem de mochilas. Eles aconselham-no a fazer greve de fome a fim de sensibilizar os seus encarregados de educação para que estes possam comprar uma pasta, mas, como o rapaz conhece a realidade, simplesmente ignora os colegas.

Na sala de aulas Sílvio é um dos alunos preocupados no que tange à resolução de exercícios. Porém, segundo a professora, ele enfrenta dificuldades na língua portuguesa, pois não sabe ler nem escreve como os outros colegas. O petiz regressa à casa por volta das 10h50, cheio de fome, porque nem sempre tem existido algo para enganar o estômago na hora do recreio e, por outro lado, sai da sua habitação sem ter tomado o pequeno-almoço devido às dificuldades financeiras por que a sua família passa.

Quando se encontra no quintal de casa, ele gosta de jogar pião na companhia dos seus amigos. No final da tarde, volta para o rio para cuidar da sua higiene pessoal. A família do pequeno Sílvio faz questão de confeccionar a refeição ainda cedo.

Clara Beira Cote, de 10 anos de idade, é uma criança de uma família de renda média. Filha de pais separados, ela vive com a sua tia no bairro de Carrupeia e frequenta a 5ª classe na Escola Primária de Namicopo-Sede, cidade de Nampula.

Apesar das dificuldades que tem encarado no dia-a-dia, principalmente quando se trata de estudar, ela diz que não desistirá da escola. Nos dias úteis da semana, ela acorda às 4 h00 da manhã para procurar água para o consumo e dedicar-se aos trabalhos domésticos. Às 5h30, ela caminha em direcção à escola.

Com a sua mochila nas costas, Clara não só carrega consigo os materiais escolares, mas também os sonhos de comandar uma aeronave e de tornar-se artista gráfica. Após quatro horas na escola, ela regressa à casa entusiasmada e com vontade de brincar com os seus amigos. Por volta das 10h45, toma o seu pequeno-almoço e vai desenvolver o seu talento e o amor às artes.

Como muitas outras crianças da sua idade, Clara gosta de namachicantho, um jogo tradicional em que se usam pequenas pedras, com as quais o praticante atira para o ar uma delas enquanto empurra as outras para um pequeno buraco feito no chão. A sua rotina termina às 16h00.

O pequeno “herói”

Idelson Alfredo Mabunda é um menino de oito anos de idade e frequenta a 3ª classe na Escola Primária Montes Namuli, na cidade de Gurúè. O petiz vive no bairro Contape com o seu avô e, diariamente, é obrigado a acordar muito cedo para fazer os trabalhos de casa. Ele tem a tarefa de varrer o pátio, lavar a loiça, regar as plantas, alimentar os coelhos, e só depois disso é que vai assistir às aulas.

“Todos os dias, ao acordar, primeiro tenho de fazer as minhas tarefas de casa e só vou para a escola depois de concluir todos os trabalhos. Sinto-me bem a ajudar o meu avô”, diz. Para chegar à escola, ele tem de percorrer sete quilómetros. “Muitas vezes, chego atrasado às aulas por causa da distância”, afirma.

A nossa reportagem passou um dia com o pequeno Idelson e constatou que ele tem sido vítima de actos de agressão física e psicológica por parte dos seus colegas de escola. A caminho daquele estabelecimento de ensino, deparámos com um grupo de crianças da sua idade. “Idelson és um herói, não é necessário trazer o seu tio para resolver o assunto”, gritavam os miúdos.

O petiz ficou indiferente aos gritos dos amigos. Questionámos Idelson sobre o que se estava a passar, ao que nos respondeu que havia um rapaz da 7ª classe que o obrigava a desembolsar, diariamente, cinco meticais para que ele seja bem-vindo naquele estabelecimento de ensino.

“Se eu não lhe dou dinheiro, ele bate-me. Desde o mês de Abril que eu passo por essa situação. Há dias não dei nenhum centavo porque não tinha. Por conta disso, o rapaz e os seus amigos levaram-me até à zona baixa, começaram a bater-me e puxaram-me o pénis e as orelhas. Mais tarde, fartei-me da humilhação, apanhei uma vara e bati-o fortemente na presença dos colegas”, conta o petiz, tendo acrescentado que ”não fiz só por mim, mas também pelos outros seis meninos que são obrigados a dar dinheiro àquele sujeito”.

Chegados à escola, notámos que os petizes estavam felizes com o que havia acontecido no dia anterior. Na sala de aulas, Idelson sentou-se no seu lugar habitual e preparou-se para acompanhar a aula de português do professor Francisco Ibramugy, que nos permitiu assistir às lições. A turma do rapaz é composta por 64 alunos, dos quais 29 são do sexo masculino. Durante a aula, os miúdos estavam preocupados com a presença da equipa do @Verdade, tendo o professor explicado o motivo da nossa visita.

Ibramugy disse que o menino Idelson é muito inteligente, mas precisa de se esforçar mais nalgumas disciplinas e de um acompanhamento por parte dos encarregados de educação. ?”Tenho conhecimento da história do menino, a direcção da escola já conversou com o avô na tentativa de criarmos melhores condições para o miúdo, e não tivemos sucesso no primeiro encontro. Tendo em conta a necessidade por que passa, ele foi autorizado a participar nas aulas sem uniforme”, explica o professor.

Após o término das aulas, Idelson não precisou de chegar à casa para iniciar a sua actividade diária. Ao longo da caminhada, ele foi apanhando garrafas vazias de bebidas para vender. “Algumas vezes, não almoço porque moro muito longe. O meu avô já está habituado a que, no regresso das aulas, eu traga dinheiro ou pão para o nosso sustento. “No princípio, foi bastante difícil, mas tive de aprender a ganhar a vida”, explica o menor.

O petiz disse que não se sente retraído com a sua situação, pois tem consciência de que assim quis o destino e afirma que não se vai deixa levar pelas dificuldades diárias enquanto não realizar o seu sonho de ser enfermeiro.

O “diário” de Nafiza

Nafiza Ussene, de 11 anos de idade, frequenta a 5ª classe numa escola que dista cerca de 10 quilómetros da casa dos seus pais, na Unidade Comunal de Saua-Saua, vulgo “Namiepe”, bairro de Namicopo, arredores da cidade de Nampula. O estabelecimento de ensino está localizado no bairro de Namutequeliua.

O seu dia-a-dia resume-se a acordar, ajudar nos trabalhos de casa, preparar as lições e, no período de tarde, ir à escola. Não tem sido um desafio fácil para a pequena Nafiza, pois todos os dias tem de percorrer longas distâncias para chegar à escola. A maior parte dos dias assiste às aulas com a barriga vazia, pois torna-se impossível cumprir todos os seus deveres e preparar o almoço.

A mãe da pequena é doméstica, o seu pai é carpinteiro de profissão e, neste momento, trabalha numa empresa privada algures no distrito de Mogovolas, província de Nampula. O seu progenitor não manda, com frequência, dinheiro para custear as despesas de casa, razão pela qual a rapariga passa por algumas dificuldades.

Mas os constrangimentos que enfrenta no seu dia-a-dia tornam-se insignificantes na medida em que ela se mostra determinada em prosseguir os estudos, pois ela sonha ser uma professora. “Quero ensinar os outros a ler e a escrever, como forma de ajudar o meu país a desenvolver”, diz. A menor explicou que as disciplinas de Português e Ciências Sociais são as únicas cadeiras que lhe tiram o sono. Sem avançar as razões do fraco aproveitamento pedagógico, Nafiza afirmou que está a tentar melhorar a sua expressão na língua portuguesa.

No regresso à casa, a rapariga enfrenta o maior pesadelo da sua vida académica, tudo porque a última aula termina aproximadamente às 17h00. No percurso entre a escola e a residência dos pais, em Namiepe, ela fica com medo do que lhe pode suceder durante a caminhada. Em causa está o facto de o troço entre a zona do Nasser e Namiepe ser propenso a casos de agressões físicas e violações sexuais. A menor teme que um dia seja vítima das acções perpetradas por malfeitores. O mais agravante é que os agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) não fazem o trabalho de patrulhamento naquela região.

“Quero ser polícia”

Ivo Abdala tem 8 anos de idade e frequenta a 1ª classe, no período de tarde, na Escola Primária Completa de Sampene, na cidade de Quelimane. Diferentemente de outras crianças de pouca posse, a sua rotina diária é caracterizada por acordar, tomar o pequeno-almoço e rever as lições com o apoio dos seus irmãos mais velhos.

O pequeno Ivo, o mais novo dos cinco irmãos, sonha ser um agente da Lei e Ordem, trabalho que é exercido pelo seu progenitor. De acordo com os seus pais, Abdala Hibraimo e Zita Adolfo, o rapaz comporta-se muito bem em casa e na escola. Ivo Abdala é, por assim dizer, um menino de sorte.

Uma vida privada de educação

Balbina Matsinhe desconhece a sua idade, mas aparenta ter entre 13 e 14 anos de idade. Ela não estuda e é órfã de pais e nunca frequentou a escola, porém, alimenta o sonho de um dia ser médica para ajudar as pessoas que padecem de diversas enfermidades.

Balbina vive no bairro Agostinho Neto, no distrito de Marracuene. Encontrámo-la, no último sábado, algures na Estrada Nacional número 1 (EN1), aparentemente a andar sem destino. Pedimos para conhecer a sua família e a casa onde mora, mas ela recusou-se, de forma determinada, alegadamente porque as pessoas com quem mora – referia-se ao tio e à sua esposa – após a nossa ausência ficariam a maltratá-la e a proferir palavras insultuosas.

Da EN1 para a casa da rapariga a que nos referimos percorre-se mais de cinco quilómetros e não há transporte naquela zona. Depois de a convencermos a levar-nos até à sua casa, no meio do percurso ela mudou de ideia e deixou-nos num lugar por ela indicado supostamente porque ia levar dinheiro a mando da consorte do seu tio. Volvida meia hora, Balbina não apareceu ao nosso encontro e, apesar disso, tentámos localizar a sua residência através das indicações por ela fornecidas, mas em vão.

Viver de esmola

Luciano Amaral, de 14 anos de idade, natural da província de Inhambane, está em Maputo, concretamente no bairro do Albasine, desde 2008, em consequência da morte dos seus pais, vítimas de doença prolongada. Desde essa altura, o petiz – que começou a frequentar a escola muito tardiamente – passou a viver com o tio e interrompeu os estudos na 3ª classe porque o seu encarregado de educação nunca se interessou pela sua instrução.

Ao @Verdade, o pequeno Luciano contou que no seu novo lar era destratado pela esposa do seu tio: “Ela mandava-me fazer trabalhos pesados, proibia-me de tomar banho e não tinha direito a refeições”. E sempre que o irmão do seu falecido pai interviesse para perceber os motivos que estavam na origem desses maus-tratos, o casal brigava e envolvia-se em pancadaria.

“Para não estragar o casamento do meu tio passei a viver de esmola até que um dia decidi morar na rua. Eu já não tenho família e estou com vergonha de voltar a estudar. Não me imagino a estudar na mesma sala com crianças sendo eu crescido”, disse Luciano.

Mariano e Luizinha, de 10 e oito anos de idade, respectivamente, residem no bairro de Kongolote, no município da Matola. Eles, também, não vão à escola supostamente por falta de meios para o efeito e todos os dias acompanham a progenitora no acto de pedir esmola algures no centro da capital do país.

Mariano é praticamente o chefe daquela família e a sua progenitora deixou essa responsabilidade com o petiz e a sua irmã mais nova. Antes de saírem à rua com a sua progenitora, os meninos devem deixar a casa arrumada e no regresso prepararam as refeições. O petiz disse que quer ser médico e Luizinha pretende ser cozinheira.

Três petizes, a mesma sorte

Saugineta Ngove tem apenas oito anos de idade e frequenta a 2ª classe, na Escola Primária Completa de Intaca, no município da Matola. Ela entra às 10h00, mas tem de sair de casa antes das 9h00, pois tem de percorrer uma longa distância. Tem sido assim o seu quotidiano. Nos dias de frio a situação tende a piorar porque depois de várias horas de caminhada ainda tem de assistir às aulas ao relento, debaixo de uma mangueira.

Nesta segunda-feira (26), a pequena Saugineta não resistiu a uma dor de estômago e caiu na rua, quando caminhava para mais um dia de aulas. O repórter do Jornal @Verdade encontrou a menina a escassos quilómetros da Escola Primária Completa de Intaca, e tratou de encaminhar a criança para casa. A rapariga vive com o tio e o irmão mais velho. Ela saiu de casa, aparentemente, bem, porém, no meio do percurso sentiu um mal-estar.

Sidney Amâncio, de sete anos de idade, vive próximo ao Posto Administrativo Municipal de Intaca e frequenta a 2ª classe na Escola Primária 16 de Junho, que fica à beira da Estrada Nacional Número Um (EN1), em Maputo. Os pais do menor comemoram todas as vezes que vêm o filho regressar à casa, após caminhar horas e enfrentar os perigos na EN1.

São 9h00 e o pequeno Sidney, uniformizado e de chapéu na cabeça para se proteger do sol, põe-se na estrada de terra batida e empoeirada que liga o bairro de Intaca à Vila Pouca. O desafio é enorme, pois naquela via circulam vários camiões de grande tonelagem que transportam areia vermelha para a construção da nova estrada.

O menino tem de enfrentar a poeira, a distância e, por fim, a adrenalina de atravessar a EN1, bairro do Zimpeto. Muitas crianças são atropeladas naquela estrada ao tentarem atravessar a rua. Se o drama da Saugineta e Sidney é de percorrer quilómetros para ter acesso à educação, o caso de Melina Matsinhe é ainda mais penoso.

Ela tem 12 anos de idade e nunca se sentou no banco de uma escola. Não sabe ler nem escrever. Falar a língua oficial do país é um exercício constrangedor para ela. A rapariga perdeu o pai ainda muito nova, e cresceu em Massinga, província de Inhambane.

Agachada, Melina lava fraldas de um bebé recém-nascido. Ela tem um salário mensal de dois mil meticais. O trabalho revela-se duro, não fosse ela menor de idade. “Não sei o que é isso de dia da criança, só sei que será para mim mais um dia de trabalho,” disse, quando questionada sobre o dia dos petizes.

Melina acorda, diariamente, às 5h00, varre o quintal, a casa, lava a loiça, limpa a casa e prepara as refeições, além de cuidar do bebé. A menina revela que o seu maior sonho é estudar, mas enquanto isso não acontece vai trabalhando para ajudar a mãe que está desempregada na sua terra natal.

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