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A esperança é a última a morrer

A esperança renasce no campo das velhas glórias. Não regressa com força nem qualidade suficiente para dar nada como garantido. Volta, até, aos trambolhões, num encontro de baixa qualidade, com mais luta do que futebol, com várias decisões precipitadas e, acima de tudo, com pouca história.

Não volta, sequer, à boleia de um grande golo, de uma jogada de encher o olho ou de um movimento capaz de levantar o estádio. Volta com um golo a cinco minutos do fim. Mas volta. E, quando ainda temos cinco minutos para jogar e mais os de compensação, é isso o que mais importa. Mesmo que do outro lado esteja o Desportivo. O poder de primeiro golo, por vezes, é suficiente para dobrar as contrariedades. A história, nos últimos anos, ainda favorece os alvi-negos, mas, nas últimas duas épocas, começa a inclinar-se a favor dos tricolores. Agora, diga-se, ninguém pode ousar contestar a dose de moral que o empate terá para o Maxaquene. Os primeiros 20 minutos foram dos alvi-negros.

Embalados pelo golo do filho pródigo, Tico-Tico, os homens de Akil Marcelino conseguiram chegar com relativo perigo à baliza do Maxaquene. A melhor ocasião esteve, contudo, nos pés de Liberty. Cruzamento de Eboh e o avançado tricolor, solto na área, a rematar muito fraco.

Aos poucos, o Maxquene foi sacudindo a pressão que, diga-se, nunca foi avassaladora. Eboh ia empurrando a equipa para o ataque, mas Hélder Pelembe e Alvarito, sobretudo, estavam em tarde pouco inspirada. Os fogachos de Liberty não chegavam para tudo. Foi nesta toada insonsa que a formação da “casa” se adiantou. Curiosamente, depois de tanto explorar o flanco esquerdo, foi pela direita que chegou a bonança. Nelinho meteu a bola no espaço vazio, Tico-Tico não desperdiçou e o Desportivo foi para os balneários na frente.

A toada do encontro não mudou muito no regresso, o que equivale a dizer que, no cômputo geral, o jogo foi mau. Nada que não se tenha dito antes, mas não é errado reforçar a ideia. O Maxaquene, assinale-se, tentou correr atrás do prejuízo. Faltaram argumentos para desmontar a organizada linha defensiva da casa. Este parecia ser, até a entrada de Kito para os tricolores, o grande mérito que Akil Marcelino trouxe para os alvi-negros. Debalde.

Kito reivindica titularidade

Quando já poucos acreditavam que o resultado iria sofrer alteração, um jogador que saiu do banco, Kito, marcou, em cima do 85 minutos, o golo que empurrou o Desportivo para a sua grande área. Faltavam cinco minutos e o Desportivo encolheu-se para proteger a vantagem. O meio-campo, assim, ficou pequeno para Kito que empurrou o Maxaquene para a grande área alvi-negra com passes precisos. Arnaldo Salvado tinha retirado Alvarito e lançado Kito e ganhou a aposta ao manter a sua equipa em níveis mais ofensivos. Kito esteve perto de empatar, mas o seu remate ao minuto 86 saiu ao lado e não surgiu ninguém a desviar para dentro da baliza alvinegra. E o Desportivo caiu por completo já em tempo de compensações com um golo de Tony que dividiu os pontos. Foi um ponto final a uma exibição muito pobre das duas equipas.

Matchedje ‘abate’ galácticos

Na antevisão do jogo de Domingo frente à Liga Muçulmana, o treinador do Macthedje, Nacir Armando, garantiu que a sua equipa não ia entrar para defender contra o “Real Madrid do Moçambola”. Até porque, no entender do técnico, para ganhar “é preciso explorar os espaços que a Liga concede na sua retaguarda”. E assim ficou provado, com algum anti-jogo à mistura, que quem tudo quer também ganha. O Macthedje bateu a Liga Muçulmana por 2-1, depois de 90 minutos de luta total por objectivos tão distintos como a manutenção e o título. Ambos disputaram o melhor resultado, mas só a equipa da ‘casa’ foi capaz de consegui-lo, num jogo que teve tanto de desacerto junto à baliza dos militares como de determinação. Foi a primeira vitória dos militares e a primeira derrota da Liga.

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