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A caminho dos jogos africanos: sem a ginástica

A ginástica é uma das modalidades que menos tradição tem em Moçambique. Só em 2004 é que voltou a ser praticada em termos associativos e massivos. No desporto escolar, existem vários núcleos que se agrupam em oito associações provinciais e movimentam pelo menos três milhares de praticantes.

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Não é uma modalidade que exija grandes investimentos, sendo que a nível escolar se pratica o salto acrobático à corda, que necessita apenas de uma corda. É certo que também são necessários outros meios, para categorias específicas, como o trampolim para o salto, o cavalo com alças, as barras paralelas, as barras fixas ou mesmo as argolas.

Mas comparativamente aos investimentos necessários em outras modalidades a ginástica não é a mais dispendiosa, portanto, as razões que ditaram a sua exclusão dos 10ºs Jogos Africanos são duvidosas.

O Comité Executivo do Conselho Supremo de Desportos em África (SCSA), na altura da exclusão, justifi cou-se alegando a inexistência de condições para a prática da ginástica. Contudo, o secretário – geral (SG) da Federação de Ginástica de Moçambique, Paulo Tiberio Saveca, afirma não haver recebido ainda nenhuma informação oficial sobre esta exclusão.

Segundo Saveca, Moçambique teria condições para incluir a ginástica nos Jogos até porque o estágio da modalidade em termos gerais não difere muito de outras que estarão na ribalta dos Jogos. O potencial de ter a modalidade nos Jogos iria servir também a para a sua massificação, e a perspectiva de investimentos nos meios técnicos deixaria sem dúvidas um legado para os actuais e futuros ginastas moçambicanos.

Habituados a fazer ginásticas, que é como a modalidade tem sobrevivido até os dias de hoje, os membros da Federação não atiram a toalha ao chão e garantem a continuidade do seu trabalho. A meta é, em dois anos, a modalidade passar a ter muito mais competição, para além do nível escolar.

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Sem a ginástica o que irá deslumbrar nos Jogos?

Quem presenciou a inauguração do estádio do Zimpeto, ao vivo ou pela televisão, terá reparado num grupo de crianças que, a determinado momento da cerimónia, se fez ao relvado para executar alguns números de ginástica artística. O que assistimos foi desolador. Sem preparação nenhuma, os meninos e meninas que ali se apresentaram estiveram descompassados, sem ritmo nenhum e as coreografias não aconteceram. Seguramente que não eram praticantes de ginástica.

Porque não foram seleccionados praticantes de ginástica para aquela cerimónia? A esta altura já ninguém assume a responsabilidade de haver recrutado estas crianças apenas porque residiam próximo ao estádio. Segundo os organizadores, não havia meios para trazer crianças melhor preparadas. Paulo Saveca confidenciou-nos que a Federação de ginástica até foi convidada a trabalhar com a organização desse evento mas, no último momento, foram evocadas as habituais faltas de condições.

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Que condições eram essas? Transporte – de/ e para o estádio – e apoio alimentar apenas. O SG da Federação de Ginástica de Moçambique acrescentou que para as cerimónias, de abertura e encerramento, dos 10ºs Jogos nada está a acontecer envolvendo os ginastas moçambicanos.

Diga-se que a ginástica é uma das mais belas modalidades olímpicas. Deslumbra vermos as coreografi as perfeitas e coloridas que são executados em muitos eventos desportivos por esse mundo fora. A exclusão desta modalidade nos Jogos não só vai tirar beleza, mas ainda a possibilidade de massificação de uma modalidade que tão bem faz à saúde.

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