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A caminho dos jogos africanos: Badminton sem competição e com poucas hipóteses de vitória

O badminton é considerado o desporto de raquete mais rápido do mundo – um remate pode imprimir ao volante uma velocidade de 332 km/h, recorde estabelecido pelo chinês Fu Haifeng, a 3 de Julho de 2005 – mas em Moçambique é um desporto inerte. Dos tempos áureos em que perto de uma centena de praticantes competiam hoje estima-se em cerca de 50 os sobreviventes que não deixam a modalidade morrer.

A cidade da Beira continua a ser o epicentro do badminton que, segundo Sebastião Filipe, responsável da federação daquele modalidade, tem tido representantes nacionais nos Jogos Olímpicos, desde que em 1992 a modalidade alcançou o estatuto olímpico.

Posicionada pela Missão Moçambique no rol das modalidades sem nenhuma hipótese de conseguir vitórias nas olimpíadas africanas, a federação de badminton tem 15 atletas, de ambos os sexos, a prepararem-se no meio de muitas dificuldades e com recurso aos seus próprios meios.

Estes atletas, que a federação espera que venham, na sua totalidade, a fazer parte da selecção moçambicana, treinam quase todos os dias. Quase, porque enquanto não são criadas as condições que a Missão Moçambique prometeu, os treinos acontecem em pavilhões emprestados onde a realização de qualquer festa impede os treinos dos praticantes de badminton.

O palco do badminton durante os Jogos Africanos será a Escola Secundária Josina Machel. Mas as obras de reabilitação ainda decorrem e a previsão é que sejam concluídas até 30 de Junho. Até lá, os atletas não podem nem ambientar-se à quadra e posteriormente obterem a vantagem do factor casa, daí que o seu conhecimento do local da competição será igual ao de qualquer outro atleta estrangeiro.

Para além dos incentivos que faltam os atletas de badminton, Moçambique tem a Nigéria, as Maurícias, a África do Sul, o Uganda e o Egipto como os seus principais adversários. A África do Sul é o campeão africano de badminton e a Nigéria o vice. São os dois países africanos melhor posicionados no ranking mundial da modalidade, sendo que os sul-africanos ocupavam a 28ª posição e os nigerianos a 36ª em 2010.

Mas não só de treinos se faz uma preparação adequada. É necessária muita competitividade dentro e principalmente fora de portas. Este ano ainda nenhum torneio nacional aconteceu e as provas internacionais – sete torneios já se realizaram em África este ano, os quais a Federação perspectivou participar e, no entanto, acabou por não se fazer presente em nenhum, pois os apoios não chegaram.

Esteve ainda prevista a realização do campeonato africano de badminton em Maputo, entre 24 e 30 de Julho mas acabou por ser cancelado.

O Comité Organizador do Jogos Africanos, COJA, havia ficado com a missão de organizar esta prova, que serviria não só para a preparação dos atletas nacionais mas também de todas as questões logísticas que vão ser necessárias para as provas de badminton durante os Jogos Africanos, mas esta semana admitiu que não tem meios para viabilizar os campeonatos africanos de juniores em Maputo.

A falta de competitividade dos atletas do badminton no país origina que estes não somem pontos e por conseguinte não consigam seguir constar do ranking mundial da modalidade.

Tudo se configura para que hajam poucos, ou mesmo nenhuns, resultados positivos nesta modalidade. A Federação espera que os Jogos Africanos sirvam pelo menos para a divulgação do badminton no país, que os equipamentos arrolados venham, mesmo que tarde e fiquem para os praticantes continuarem a jogar e quem sabe possam daí surgir novos praticantes e o badminton volte as vitórias do passado.

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