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Em abono d´Verdade – A promessa

Bela como sempre foi, Maputo, elegante e debruçada sobre a Baía que desenha os seus contornos enquanto se espreguiça sobre o Índico que lhe serve de berço, continua, nos dias de hoje, a ser aquela cidade amada e desejada.

A par desse eterno encanto, enfeitada pelas acácias rubras, ela sabe manter, e cultivar, o feitiço dessa beleza. A esta cidade não serão dadas, todavia, as atenções devidas que a dignifique como cartãode- visita enquanto capital deste país em verdadeira explosão de desenvolvimento. Anúncios desgarrados de acções a serem desenvolvidas para o seu alindamento vão engrossando o que já parece ser um longo rol de promessas que dizem querer atacar a fundo, entre outras coisas necessárias, a sua limpeza urbana, a salubridade e a realização de muitas pequenas obras destinadas a sarar as muitas “feridas” que o tempo fez abrir.

Uma delas, de grande visibilidade, o estado deveras lastimoso a que se deixou chegar a Avenida da Marginal que serpenteia a cidade até à Costa do Sol, por excelência a zona mais procurada e tão desejada por quem nos visita. Tal como este Jornal a isso já se referiu, a muralha ao longo desta airosa artéria, desde há muito que passou a constituir um verdadeiro e permanente perigo e, por via disso, deixou de ser, para a população, o local desejado para os passeios de fins de tarde ou para os convívios familiares, domingueiros, por parte de quem busca, à beira da Baía, a brisa e a frescura em dias de verão.

Para além dos vários males que foram surgindo na longa extensão do seu passeio, vários dos seus bancos, destinados a convidar ao repouso, passaram a ser a primeira imagem negativa a reflectir a falta de cuidados, de manutenção ou de incúria ou desleixo, como já foi adjectivado por elementos da população, ouvidos a propósito. Na realidade, para além de tudo o que nos mostra e para além desse quadro, só por si, deveras triste, quase constitui crime a insegurança e o perigo que ali se instalou, a partir da derrocada de longas partes do pequeno e airoso murete que sempre protegeu aquela Marginal em toda a sua extensão.

Lá mais à frente, onde as areias da praia já se lhe encostam, o quadro é o mesmo ainda que ali seja também causado pela erosão provocada pelos ventos e pelas próprias marés. Essa é, pois, a imagem que temos e a realidade que hoje nos resta da bela e airosa Marginal de Maputo, das palmeiras altas e esguias curvadas ao sabor da brisa e essa será também a consequência da pouca atenção a que tem sido votada esta via que leva o turismo até aos pontos mais apetecidos da nossa beira-mar.

Tanto quanto se sabe, desenhase agora a intenção de atacar os seus males a fundo com a aplicação de alguns milhões de dólares. Na prática, em todo e qualquer município, que o mesmo é dizer, nas intenções autárquicas, tudo começa, precisamente, por intenções e declarações de boa vontade. Depois, o tempo, sempre juiz em todas as causas, acaba por revelar o veredicto de que tudo se ficou por aí, ou que pouco ou nada se avançou. No caso concreto de Maputo, a intenção foi já divulgada e, com ela, o penoso calendário que lhe está associado para obtenção dos fundos necessários.

Com efeito, a serem os momentos todos, pontualmente, cumpridos, como que marcados por relógio suíço, somos levados a admitir que só no final do primeiro tércio de 2010 estarão concluídas as negociações com os parceiros que poderão, ou não, comparticipar no investimento. Depois disso, se começará, então, pela implementação do projecto que dará novo visual à avenida mais turística da capital e que, a acontecer, terá lugar nos finais desse ano. Essa é a promessa a ser cumprida.

Em abono d’@Verdade, a esperança que nos anima leva-nos à certeza de que essa promessa agora feita pelo primeiro autarca de Maputo, será honrada na forma e no tempo, porque também, diga-se em abono d’@ Verdade, é o amor que todos temos a esta cidade que nos impele a este grito de alerta, ou a este sentimento de revolta, pelo estado deplorável, e perigoso, a que se deixou chegar um local de beleza ímpar, também designado por varanda da cidade debruçada sobre o Índico.

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