Jean Sarkozy, segundo filho do presidente francês Nicolas Sarkozy, anunciou na quinta-feira que retirava sua candidatura à direcção do distrito industrial de La Défense, em seu primeiro revés político. A candidatura de Jean Sarkozy, de 23 anos, severamente criticada pela oposição e a imprensa, havia reforçado a imagem de “herdeiro” do filho do presidente, que começou a carreira em Março de 2008 na riquíssima Neuilly-sur-Seine, sua cidade natal, administrada entre 1983 e 2002 por seu pai.
Frequentador das feiras, reconhecível pelo cabelo louro comprido, agora mais curto, e a voz semelhante à de seu pai, Jean Sarkozy é estudante de direito e amante de teatro. Apresentou-se às eleições do Departamento de Hauts de Seine, também presidido por seu pai no passado; foi eleito facilmente, no primeiro turno, vereador de um dos cantões de Neuilly-sur-Seine. Apadrinhado por correligionários políticos de seu pai, Jean Sarkozy tornou-se rapidamente no homem chave da direita departamental.
Desde o anúncio de sua candidatura à direcção do La Défense, Jean Sarkozy tornou-se o alvo preferido dos programas humorísticos. Um grupo militante, chamado “Salvemos os ricos”, entregou a ele, durante um acto no Rotary Club de Paris, “um diploma de filho de papai”. Os vereadores de direita destacam por unanimidade sua “maturidade”, seu “sentido político precoce” e sua “capacidade de união”, enquanto a esquerda se mostra cética.
Antes das críticas, Jean Sarkozy sempre respondeu que queria ser julgado em função dos factos, não por seu estado civil, dizendo até que seu sobrenome representa mais uma problema do que uma vantagem. “O facto de me chamar Sarkozy dificulta as coisas, como atestam os violentos ataques pessoais que venho sofrendo”, declarou ele na segunda-feira ao jornal Metro de Paris.
Segundo analistas, Jean Sarkozy está voltado para concorrer à presidência de Hauts-de-Seine em 2011 e a ser eleito deputado ou prefeito de Neuilly-sur-Seine em 2014. Até o momento, o jovem Sarkozy, casado desde Setembro de 2008 com Jessica Sabaoun, herdeira dos grandes armazéns de eletrônica e eletrodomésticos Darty, não confirmou nenhum desses projetos eleitorais.