O Presidente da Assembleia da República, o parlamento moçambicano, Eduardo Munlémbwè, considerou segunda-feira serem visíveis os benefícios dos acordos de Lusaka, assinados em 1974 e que determinaram a libertação do país do jugo colonial português.
M u l é m b w è pronunciou-se nesse sentido quando falava segunda-feira, em Maputo, à imprensa, momentos após a deposição de uma coroa de flores no monumento dos heróis moçambicanos por ocasião do Dia da Vitória, Sete de Setembro, em representação do Chefe do Estado, Armando Guebuza, que se encontra em Kinshasa a participar na 29ª Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC).
“Se olharmos para atrás notamos que valeu a pena essa determinação (na luta pela independência)… em 2001, nós tínhamos 69 por cento da população moçambicana vivendo abaixo da linha da pobreza, número que baixou para 54 por cento em 2003 e agora a nossa expectativa é de que, até ao fim do presente mandato, passemos para 45 por cento”, disse ele. Segundo ele, esses progressos foram alcançados nos sectores da saúde, agro-pecuária, infra-estruturas, entre outras. Aliás, no tocante a infra-estruturas, Mulémbwè anotou a construção da ponte “Armando Guebuza”, erguida sobre o rio Zambeze ligando Caia (em Sofala) e Chimuara (Zambézia).
O Presidente do parlamento moçambicano saudou os que dirigiram a guerra contra o regime colonial português (de 1964 a 1974). Ele disse que a sua vitória se deveu a sua união na luta contra o inimigo comum com a mesma firmeza e determinação. “Hoje, somos chamados a valorizar estes aspectos para vencer a luta contra a pobreza”, disse ele. Ainda no seu contacto com a imprensa, Mulémbwè apelou a população moçambicana com idade eleitoral para participar massivamente nas eleições de 28 de Outubro próximo visando escolher o Presidente da República, deputados da Assembleia da República (AR) e membros das Assembleias Provinciais.
Ele disse que a data das eleições deve ser tido como um momento para a consolidação da independência nacional e auto-determinação dos moçambicanos. Eduardo Mulémbwè é um dos candidatos da Frelimo, partido no poder, ao cargo de deputado da AR pelo círculo eleitoral de Tete, Centro do país. Um jornalista perguntou se ele aceitaria assumir, pela quarta vez consecutiva, o cargo de Presidente da AR.
“Isso depende do meu partido e também da minha disposição na altura. É uma espécie de contrato que depende da convergência de duas vontades, uma do meu partido e outra de mim próprio”, respondeu ele, sem adiantar se agora está ou não disposto para assumir o cargo no próximo mandato de cinco anos.