Esperemos mesmo que isto não descambe. A avaliar pelo que se passou nesta semana não estamos nada seguros que o pior não venha a acontecer. Faltam 15 dias meus senhores, quinze dias é tempo suficiente para se pôr um pouco da ordem na casa. As acusações, muitas delas proferidas por quem devia pôr água na fervura em vez de deitar achas para a fogueira, subiram de tom nos últimos dias.
Os confrontos já causaram um morto, em Milange, e feridos quanto baste para que nos próximos tempos se previnam situações como estas. Aliás, os ânimos, inexplicavelmente, parecem bem mais exaltados do que nos pleitos anteriores. O que pode estar a gerar toda esta animosidade? Não deve ser seguramente a presença de mais um boletim – o dos provinciais. Adiante.
Nestes recentes recontros, por terem ocorrido em zonas remotas, em que o acesso aos meios de comunicação é praticamente inexistente, fica-se com a sensação que tudo pode acontecer. A vigilância policial não existe, nunca se chega a saber bem ao certo o que se passou – só se ouvem as versões de um lado e do outro – a isenção é nula.
É para lutar contra este estado de coisas – o nosso presidente Samora tinha na vigilância uma das suas grandes armas – que o jornal @ VERDADE se irá associar a entidades internacionais no processo de monitoriamento eleitoral.
Através do envio de mensagens tipo SMS o vulgar cidadão poderá ser, já durante a campanha eleitoral e no dia do voto, repórter do que for vendo, tendo a possibilidade, desde que haja sinal, de nos enviar, através do seu telemóvel um SMS a participar qualquer ocorrência que fuja à normalidade e às regras estabelecidas. As mensagens serão enviadas para dois números à disposição do cidadão repórter e imediatamente serão publicadas no nosso sítio de internet https://www.verdade.co.mz/eleicoes2009.
Depois a veracidade do conteúdo será comprovada por outros cidadãos repórteres no local. Se não for verdade, a mentira tem perna curta, o teor da mensagem será prontamente desmentido por outras. Com a participação nesta iniciativa estamos, sem dúvida, a ser mais cidadãos.
Estamos a lutar pela integridade, pela pureza e pela transparência do processo que queremos que o seja pelo menos tanto como transparentes foram as urnas de voto no último pleito autárquico.