O distrito de Caia, Centro de Moçambique, lançou este ano a produção da cultura da Batata-reno, envolvendo cerca de 20 camponeses, o que acontece pela primeira vez na historia deste distrito da província de Sofala.
Este grupo de camponeses, que desenvolve este tubérculo nas margens do lago Nhamomba, está integrado na Associação de Camponeses do regulado de Sombreiro que explora uma área de três hectares. Estes produtores esperam colher 36 toneladas deste produto, já em Outubro próximo. A machamba possui outros dois hectares onde os camponeses produzem milho, hortícolas, leguminosas, entre outras culturas.
Mas o orgulho dos camponeses não é simplesmente justificado pelas quantidades da Batata-reno que esperam colher, mas pelo facto de a produção desta cultura alimentar acontecer pela primeira vez na história da associação, em particular, e do distrito, no geral. “Estamos entusiasmados porque é a primeira vez na história do distrito que produzimos Batata-reno”, disse o Director dos Serviços de Actividades Económicas de Caia, José Saguate, falando Domingo ultimo, em Caia, a AIM, momentos depois da visita que a Primeira-Dama da República, Maria da Luz Guebuza, efectuou aquela machamba, no quadro da sua digressão por alguns distritos de Sofala.
Para arrancar com esta iniciativa, o distrito investiu cerca de 200 mil meticais (um dólar EUA equivale a cerca de 27 meticais) para a compra de sementes, adubos, entre outros insumos. Contudo, Saguate reconheceu que a produção de apenas 36 toneladas de batata numa época agrícola é insuficiente para alimentar um distrito como o de Caia. Actualmente, a batata consumida neste ponto do país provem do distrito de Gorongosa, também em Sofala.
“É sempre bom começarmos por cultivar pequenas áreas ao invés de trabalhar em muitos hectares para depois se perder toda a campanha por não conseguirmos monitorar as culturas”, justificou a fonte, acrescentando que no próximo ano a área de produção da Batatareno vai aumentar para 20 hectares. Além disso, as autoridades pretendem produzir Batata-reno durante dois ciclos por ano. Os outros dois ciclos servirão para promover o cultivo de outros produtos na mesma área com vista a garantir a rotatividade das culturas. Questionado pela AIM se já existe algum mercado, Saguate referiu que a prioridade são os consumidores domésticos, mas também já há contactos feitos por agentes económicos do vizinho distrito de Cheringoma no sentido de passarem a comprar a batata de Caia.
“Estamos também ligados as cidades de Quelimane, Beira e Chimoio (capitais das províncias da Zambézia, Sofala e Manica, respectivamente), e dentro de algum tempo vai abrir a linha férrea ligando Beira a Moatize (província de Tete) passando por Caia … então, temos mercado… e quando a procura começar a subir, os camponeses irão se empenhar mais em produzir”, disse ele. Durante a sua visita àquela machamba, a esposa do Presidente da República enalteceu os esforços daquele grupo de camponeses no lançamento da produção daquela cultura bem como na produção de outras culturas alimentares.
Segundo ela, são iniciativas daquele género que realmente contribuem para a redução dos índices de pobreza no país. Na ocasião, ela prometeu aos camponeses que em Outubro próximo (quando iniciar a colheita da batata) ela voltará a Caia para saborear esta mesma cultura. Ainda Domingo, Maria da Luz Guebuza visitou a “Ponte Armando Emílio Guebuza”, a maior ponte construída no país desde a independência nacional, etapa que marcou o fim da sua visita ao distrito de Caia, tendo depois partido para o vizinho distrito de Cheringoma.