O açúcar bateu nesta segunda-feira um recorde histórico em Londres, atingindo um novo máximo em três anos em Nova York, o que se explica por uma nova queda do dólar e pelas especulações sobre um défice no mercado. O preço do açúcar para entrega em Outubro subiu a 505,9 libras esterlinas em Londres, um recorde histórico sem precedentes desde o lançamento do contrato, em 1983.
O produto não refinado vendido em Nova York com o mesmo vencimento chegou a 19,43 centavos, maior valor alcançado em três anos. O contrato para entrega em Março superou a cota dos 20 centavos, a 20,44 por libra. Este movimento de compras foi desencadeado por uma série de indicadores tranquilizadores na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia, além da desvalorização da moeda americana (1,44 por euro, seu nível mais baixo em oito meses), que reforçou o atractivo das matérias-primas, em um mercado animado há semanas pelas especulações sobre um provável défice este ano.
A Índia, segundo maior produtor depois do Brasil, estima ter perdido 40% de sua produção em consequência da seca, provocada por uma monção mais leve e tardia do que de costume.
O gigante asiático, que também é o maior consumidor mundial pouco à frente dos Estados Unidos, deve precisar importar o produto este ano. O Brasil, por sua vez, começa a sofrer os efeitos de um excesso de chuvas nos estados produtores do centro e do sul do país, levantando temores de que o “El Niño” afecte a colheita nos meses tradicionalmente secos do ano.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) estima que o défice no mercado de açúcar pode chegar a 7,8 milhões de toneladas no exercício 2008/09, que termina no final de Setembro, mas alguns analistas reavaliaram esta cifra para nove milhões de toneladas na semana passada.