Um total de nove cidadãos moçambicanos submeteram, ao Conselho Constitucional (CC), as suas candidaturas para concorrer para as presidenciais de 28 de Outubro próximo em Moçambique. Depois das primeiras eleições presidenciais de Moçambique, realizadas em 1994, com 12 candidatos, o pleito de Outubro próximo será o mais concorrido da história do país.
Ontem, mais três candidatos apresentaram as suas candidaturas ao CC. Trata-se de Leonardo Cumbe, do Partido Unido de Moçambique da Liberdade Democrática (PUMILD), José Ricardo Viana, da União dos Democratas de Moçambique (UDM) e Artur Ricardo Jaquene, da Coligação União Eleitoral, organização composta pelos Partidos Ecológico de Moçambique (PEMO) e da Unidade Nacional (PUN).
Estes três candidatos juntam-se a outros seis, nomeadamente: Armando Guebuza, da Frelimo e actual presidente da República, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e actual edil da Beira, na província central de Sofala, Afonso Dhlakama, da Renamo, Yacub Sibindy, do Partido Independente de Moçambique (PIMO), Raul Domingos do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), e Khalid Sidat, da Aliança Independente de Moçambique (ALIMO).
A AIM apurou que dez candidatos teriam manifestado interesse de concorrer para as presidenciais, sendo que um deles não compareceu ao CC para depositar os seus documentos. Trata-se Pedro Langa, do Partido União Progressista (PUP). José Ricardo Viana disse, a jornalistas, na ocasião, que não tem adversário neste processo, uma vez que o seu partido é inclusivo. “Não acho adversário nenhum porque o nosso partido não está contra nenhum partido, por isso somos uma união e, como tal, criamos capacidades para que todos os moçambicanos tenham voz e possam participar com dignidade para edificação da riqueza de Moçambique”, explicou.
Viana, que iniciou a sua intervenção agradecendo a Frelimo e a Renamo pelo seu contributo para o desenvolvimento do país reiterou que, caso seja eleito Presidente de Moçambique, vai abolir a Constituição da República, fazendo com que o país deixe de ser laico e passe servir a Deus, assim como vai banir as escolas e clínicas privadas porque os seus quadros foram formados com impostos dos cidadãos.
“Queremos agradecer o partido Frelimo por ter liberto o povo moçambicano do jugo colonial e a Renamo pela sua luta pela democracia porque o nosso surgimento é resultado do trabalho destes dois partidos” referiu Viana, cuja candidatura é sustentada por 12 mil assinaturas. Por sua vez, o candidato da UE, Artur Ricardo Jaquene, disse, na ocasião, que se candidata para dar a sua contribuição para o desenvolvimento do país.
Jaquene, que conseguiu amealhar 14 mil assinaturas, sublinhou que caso seja eleito, vai priorizar a saúde, habitação para jovens entre outros aspectos, porque já os experimentou na pele os problemas que afectam a sociedade moçambicana. O processo de submissão de candidaturas encerrou ontem e o CC vai publicar, na quinta-feira, a lista dos candidatos que apresentaram as suas propostas na ordem alfabética, ao mesmo tempo que vai entregar uma cópia a Comissão Nacional de Eleições (CNE).