A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, diz que vai conquistar a maioria dos assentos na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, bem como nas Assembleias Provinciais. Assim, esta força política acredita que vai deixar apenas dois assentos para a Frelimo, partido no poder, asseverou esta Quarta-feira, a jornalistas, o seu secretário-geral, Ossufo Mamade, minutos após de submeter a candidatura da Renamo, para as eleições legislativas e para as Assembleias Provinciais de 28 de Outubro à Comissão Nacional de Eleições.
Mamade disse que o seu partido já está a trabalhar para garantir que os moçambicanos votem na Renamo, para que o mesmo saia vitorioso. “Todo aquele que concorre tem o objectivo de ter a maioria e teremos muitos assentos, deixando para a Frelimo apenas dois assentos na AR. Nós já estamos a trabalhar para isso, porque o povo moçambicano quer ver a Renamo com a maioria na AR e nas Assembleias Provinciais. Os eleitores estão sensibilizados que a Renamo é a única alternativa e deve merecer o seu voto” defendeu.
Os processos dos candidatos às legislativas e Assembleias Provinciais apresentam algumas irregularidades, como inversão da ordem de organização dos documentos exigidos por lei, documentos caducados e incompletos. A maioria dos candidatos apresenta o talão de Bilhete de Identidade (um recibo que serve de documento de identificação provisório enquanto a Direcção de Identificação prepara o mesmo), que deve ser acompanhado de uma cópia reconhecida de certidão de registo de nascimento. A cópia do talão autenticada, assim como do passaporte não são suficientes para compor a documentação exigida por lei, uma vez que não apresentam informação suficiente do cidadão, como naturalidade, paternidade, entre outras.
Assim, a Renamo poderá individualmente suprir as irregularidades antes de ser notificada pela CNE para o efeito. Ossufo Mamade disse a jornalistas que a Renamo vai notificar os seus candidatos para apresentarem a documentação em falta dentro dos prazos estabelecidos por lei. “A apresentação de candidaturas é um processo, e o mandatário vai tratar de suprir as irregularidades. Os nossos candidatos provinciais estão atentos e serão notificados para apresentação da sua documentação em falta” explicou.
A coligação Renamo-União Eleitoral, que se formou em 2004, conseguiu 905.289 votos nas últimas eleições legislativas, o correspondente a 29.73 por cento, o que o habilitou a ter 90 assentos na AR, a maioria dos quais para a Renamo. Nas primeiras eleições, a Renamo teve 1.803.506 votos, tendo conseguido 112 assentos na AR.