Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Dia da Paz sem paz
É lamentável o que, ultimamente, temos vindo a assistir neste país. O mais caricato foi assistir o deprimente teatro encenado na Praça dos Heróis Moçambicanos e, posteriormente, na Praça da Paz. Numa altura em que o país atravessa por um conflito armado sem precedentes, o Governo da Frelimo no cúmulo da sua insensatez e insensibilidade meteu-se a comemorar o 04 de Outubro, Dia da Paz, como se nada estivesse a acontecer. Com dezenas de moçambicanos a serem militarmente atacados, sobretudo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), é sem dúvidas uma vergonha de proporções astronómicas comemorar o Dia da Paz. E a maior Xiconhoquice foi ouvir, na sua comunicação oficial, o Presidente a República a acusar a Renamo de ser a promotora da guerra.
Resgate do Moza
Subitamente, o Banco de Moçambique(BM) decidiu suspender os membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva do Moza Banco, pois a situação financeira e prudencial da quarta maior instituição financeira do País “tem vindo a degradar-se de forma insustentável”. O que causa estranheza neste resgate é o tempo que o BM levou para tomar, uma vez que a situação por que passa o Moza é conhecido há bastante tempo. Aliás, as justificações do resgate do Moza apresentadas pelo Banco Central são no mínimo duvidosas, até porque o BM sempre faltou com a verdade aos moçambicanos relativamente à descoberta das dívidas secretamente contraídas pelas empresas EMATUM, Proindicus e MAM. O Banco Central, de pés juntos, jurava que não havia problemas. Portanto, porquê os moçambicanos têm de acreditar nessa trapaça de resgate?
Importação de combustíveis
É deveras vergonhoso o que assistimos no processo de importação de combustível no país. Ou seja, o processo de importação de combustíveis no nosso país é prenhe de ineficiências e há evidências de práticas de corrupção que terá beneficiado o partido Frelimo. Esta semana, o Governo de Filie Nyusi aumentou o preço de combustíveis, justificando este aumento com os custos de importação dos produtos petrolíferos e das margens dos distribuidores e dos retalhistas, quando, na verdade, subjaz nesse sector uma grossa corrente de corrupção. Aliás, estudos realizados pelo Centro de Integridade Pública (CIP) mostram que há sobre-facturação nas importações de combustíveis líquidos, para além de envolvimento político.