A situação continuava tensa, esta quarta-feira, numa parte da cidade de Pretória, a capital sul-africana, após batalhas de rua que provocaram a destruição de vários bens e que eclodiram na sequência da escolha do candidato do Congresso Nacional Africano às eleições autárquicas de 3 de Agosto próximo.
Violentos confrontos surgiram na sequência duma decisão do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) de designar Thoko Didiza como a sua candidata às eleições autárquicas de 3 de Agosto próximo.
A nomeação de Didiza segue-se a uma batalha longa e feroz pelo posto de primeiro magistrado da capital, que deixou o partido profundamente dividido enquanto manifestantes exigem a recondução do administrador cessante, Kgosientso Ramokgopa, como candidato para a sua Câmara Municipal.
Segundo a ministra da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, as autoridades estão a controlar estreitamente a situação, mas o Exército só será desdobrado para restabelecer a ordem em último recurso somente. A seu ver, o recurso ao Exército representa “um último meio de defesa”.
Mas a Polícia já foi desdobrada no país”, disse a governante sul-africana, acrescentando que vários suspeitos foram detidos e 20 casos penais foram registados. Os subúrbios tentaculares de Attridgeville, Hammanskraal e Soshanguve foram identificados como sendo os “pontos nevrálgicos” onde os habitantes ergueram barricadas com fogo e saqueando estabelecimentos comerciais pertencentes a estrangeiros, indicou Mapisa-Nqakula deplorando o facto de vários “malfeitores” terem-se aproveitado da situação.
A Aliança Democrática (DA) , o partido da oposição oficial, afirmou esta quarta-feira, que o caos foi desencadeado pela “guerra civil interna no seio do ANC” e que Didiza e o Presidente sul-africano Jacob Zuma “devem reagir”.
“A violência é indubitavelmente de natureza política, mas o ANC recusa-se a assumir a sua responsabilidade pelas acções cometidas pelos seus membros. O Presidente ainda não fez nenhuma declaração pública sobre a violência”, acusou a DA.
Também não lançou nenhum apelo para a calma. O ANC minimizou o balanço das manifestações violentas e tentou apresentá-las como actos criminosos e saque oportunistas.
O Presidente Zuma deve reagir e assumir as suas responsabilidades relativas às violências causadas, concluiu o porta-voz deste movimento, Motheo Mtimkulu.