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“Professor” Marcelo Rebelo de Sousa eleito novo presidente de Portugal

Antigo líder conservador, professor catedrático e reputado analista político da televisão, Marcelo Rebelo de Sousa será o novo chefe de Estado de Portugal após a sua vitória deste domingo(24) nas eleições presidenciais e na primeira volta. “Temos que corrigir as injustiças que a crise agravou (…) É hora de refazer Portugal”, ressaltou Rebelo de Sousa no seu primeiro discurso como vencedor das eleições.

O “professor”, como é conhecido popularmente, cumpriu com todas as previsões e conseguiu a vitória sem necessitar de uma segunda ronda, ao obter mais de 50% dos votos, como apontavam as sondagens. Na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi tanto aluno como docente, o aspirante conservador incidiu que pretende exercer de “presidente de todos os portugueses” e mostrou-se convencido que os próximos cinco anos -tempo que dura o seu mandato- “serão de recuperação e futuro”.

Com uma abstenção novamente muito elevada, superior a 50% -mesmo assim algo inferior à registada em 2011, quando bateu um recorde histórico-, as eleições presidenciais coroaram Rebelo de Sousa com a máxima autoridade do país com 52% dos votos.

Na segunda posição situou-se o académico António Sampaio da Nóvoa, considerado próximo ao Partido Socialista e que obteve cerca de 22,7% dos sufrágios, em linha com o apontado pelas sondagens.

Entre os dez candidatos, a grande surpresa da jornada foi a eurodeputada do Bloco de Esquerda -partido irmanado com o Podemos e o Syriza na UE- Marisa Matias, que terminou terceira com 10% dos votos, sensivelmente melhor do que o esperado.

A derrotada da noite de apuração foi para Maria de Belém, antiga dirigente socialista e que apenas reuniu 4% dos apoios, muito abaixo do que previam as sondagens e levemente superior à percentagem conseguida pelo aspirante apoiado pelo Partido Comunista, Edgar Silva.

Aos seus 67 anos, Rebelo de Sousa irá assumir o cargo no próximo mês de Março em substituição do também conservador Aníbal Cavaco Silva, que ocupou a Chefia do Estado durante a última década.

O novo presidente luso vai-se encontrar com um país recém saído da maior crise da sua história recente, que fechou em 2014 o seu resgate financeiro, que vive uma ténue recuperação económica e que começa agora a deixar para trás as severas políticas de austeridade.

O aspirante conservador deverá “conviver” com um governo socialista que acedeu ao poder há apenas dois meses graças a um acordo inédito assinado com o resto de forças de esquerda para assegurar o seu apoio no parlamento. Durante a campanha, insistiu várias vezes que não tem intenção de entrar em confronto com o Executivo liderado pelo actual primeiro-ministro, António Costa, e prometeu exercer de “árbitro” sem imiscuir-se em assuntos que não são da sua competência.

Precisamente, Costa fez uma curta declaração após conhecer os resultados para felicitar o vencedor das eleições, além de reiterar o seu compromisso de “máxima lealdade e plena cooperação institucional” com o novo inquilino do Palácio de Belém.

Rebelo de Sousa pretendeu reforçar o seu perfil como independente para os eleitores e inclusive se distanciou de forma evidente dos dois partidos conservadores lusos, actualmente na oposição e que pediram o voto para ele de forma pública, apesar de ter sido líder de um deles no final dos anos 90.

Conhecido na rua como o “professor Marcelo” por ser catedrático de Direito na Universidade, conta com uma enorme popularidade em Portugal graças às suas intervenções televisivas como comentador político. De fato, até há apenas três meses era protagonista de um espaço de análise da actualidade num dos principais canais portugueses, que contava além disso com grandes audiências.

Em Portugal, a figura do chefe de Estado vai além dos trabalhos meramente institucionais, já que tem capacidade para vetar leis, convocar eleições e inclusive dissolver o parlamento. Além de Comandante Supremo das Forças Armadas, a Constituição lusa também outorga ao presidente a responsabilidade de escolher que partido forma governo após a realização de eleições legislativas, entre outros poderes.

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