O Haiti adiou a eleição presidencial que seria realizada no domingo, após o candidato da oposição pedir um boicote, citando fraude, informou o conselho eleitoral do país nesta sexta-feira.
O adiamento ocorre após uma tentativa falha de fazer com que o candidato da oposição, Jude Celestin, concordasse com uma nova data. Não houve detalhes imediatos sobre quando a eleição deve ser realizada.
Um porta-voz do conselho eleitoral confirmou o adiamento. Cerca de mil manifestantes correram e cantaram pelo distrito de Delmas, na capital Porto Príncipe, nesta sexta-feira, pedindo pelo adiamento da eleição de domingo.
Celestin, engenheiro formado na Suíça, disse que o governo não fez o suficiente para combater fraudes na primeira volta, realizado em Outubro, e chamou os planos para a segunda volta de “uma farsa”.
Celestin ficou em segundo entre 54 candidatos na eleição de Outubro, quase oito pontos percentuais atrás do candidato do partido governista Jovenel Moise.
Os recém-nomeados senadores do Haiti votaram quase por unanimidade nesta semana para postergar a eleição, e a Igreja Católica, grupos empresariais e observadores das eleições locais alertaram de que uma eleição sob tais condições não teria um resultado confiável.
O país de cerca de 10 milhões de habitantes luta para construir uma democracia estável desde a queda da ditadura da família Duvalier, de 1957 a 1986, e de consequentes golpes militares e fraudes eleitorais.