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Presidente do FC Porto afirma que Lopetegui “não compreendeu” o futebol português

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, criticou duramente o treinador da equipa principal de futebol durante a última temporada e meia, Julen Lopetegui, e também os jogadores Imbula e Adrián. Segundo Pinto da Costa, o treinador basco “não compreendeu” o futebol português e insistia num estilo de jogo “que não estava a dar resultados”.

“Não gostava do jogo da equipa, mas a mim não me compete influenciar o trabalho do treinador. A partir do momento em que senti que o treinador não tinha confiança, como aconteceu no final do jogo contra o Rio Ave (que acabou em empate), convenci-me que não havia alternativa”, explicou em declarações ao Porto Canal, televisão que é propriedade do clube.

Pinto da Costa reconheceu que a ideia de contratar Lopetegui quando dirigia a selecção espanhola sub-21 foi uma aposta pessoal pois tinha “boas informações” sobre o seu trabalho. “Dizer que foi uma aposta ganhadora não, porque não ganhou nada. Penso que tem qualidades, no futuro será um treinador de sucesso, mas não se integrou no futebol português, daí ter usado muitos jogadores de fora. Não quis compreender que as coisas não eram exactamente como tinha pensado. Quando se muda de treinador é porque não teve sucesso”, afirmou.

Pinto da Costa considerou que a saída de jogadores importantes no verão -Danilo, Álex Sandro, Casemiro, Óliver e Jackson Martínez entre eles- não é desculpa para Lopetegui, já que influiu na política de contratações e “teve tudo o que pediu”. Como exemplo disso citou a transferência do jovem médio francês Imbula, procedente do Olympique de Marselha, avaliado em vinte milhões de euros -o valor mais alto pago pelos “dragões”- e cujo rendimento esteve abaixo do esperado.

“Insistiu na contratação de Imbula, veio por imposição dele, porque nos dizia que era um Ferrari. Depois vi que o Ferrari no final estava para ficar na garagem”, assegurou Pinto da Costa sobre um jogador que por enquanto continua no plantel azul e branco.

Sobre o avançado espanhol Adrián, revelou que foi uma das exigências do treinador basco, que quando chegou não era um especialista no campeonato português e “quis apoiar-se em jogadores que conhecia bem”.

“Entrei em contacto com o Atlético de Madrid e com Jorge Mendes. O preço era exorbitante (11 milhões de euros pagos por 60% do seu passe) e disse que não. O agente apresentou a solução de apresentar letras por esse valor (para pagar) após um ano e que se não queríamos, ele colocava o jogador pelo mesmo valor noutro lugar. O tempo passou, ele não o colocou e tivemos que pagar”, detalhou.

O presidente dos “dragões” incidiu que hoje “não faria o mesmo negócio” que assinou então porque “não acreditaria nessas condições”. “Não perdi a confiança em Jorge Mendes, mas negócios destes nunca mais”, asseverou.

Pinto da Costa também comentou a saída de Lopetegui, já que o clube não chegou a um acordo e acabou por rescindir o seu contrato unilateralmente. “Quando se falou (a demissão) recebi-o cordialmente em minha casa, tinha uma boa relação com ele (…) Disse-nos que resolvíamos o assunto com o seu advogado, que não havia problema. O advogado ficou de vir aqui e passados estes dias ainda não tivemos condições para chegar a um acordo nem conseguimos falar com ele. Tivemos que tomar a decisão de rescindir”, ressaltou.

Pinto da Costa revelou igualmente que falou com o seu representante, Jorge Mendes, que lhe disse que “mandaria uma proposta”, mas que até agora nada aconteceu. Durante a entrevista, o líder do clube português, de 78 anos, assegurou que irá voltar a apresentar a sua candidatura para continuar como presidente, cargo que ocupa desde 1982.

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