Representantes das facções rivais da Líbia assinaram um acordo mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira para formar um governo de unidade nacional, um pacto que potências ocidentais esperam levar estabilidade e ajudar a combater a presença crescente do Estado Islâmico. Quatro anos após a queda de Muammar Khaddafi, a Líbia está profundamente dividida, com um governo auto-declarado na capital e outro internacionalmente reconhecido no leste, cada um deles apoiado por coligações de ex-rebeldes e milícias.
O acordo da ONU pede a criação de um conselho presidencial que leve a um governo unificado, mas os radicais das duas facções o rejeitam e restam dúvidas sobre como será implementado em um país onde brigadas armadas opositoras detêm a chave do poder.
Cantos de “Líbia! Líbia!” irromperam quando representantes dos dois parlamentos firmaram o entendimento ao lado de conselhos locais e partidos políticos na cidade costeira marroquina de Skhirat depois de mais de um ano de duras negociações. “As portas continuam abertas àqueles que não estão aqui hoje”, disse o enviado da ONU, Martin Kobler, na cerimónia testemunhada por chanceleres regionais.
“A assinatura do acordo político é só o primeiro passo.” Autoridades ocidentais acreditam que o cansaço da guerra, as promessas de ajuda estrangeira, o stresse sobre o sector petrolífero e a ameaça comum do Estado Islâmico ajudarão a criar o ímpeto para a formação do governo nacional e a atrair os opositores.