O braço juvenil da Frelimo, a Organização da Juventude Moçambicana (OJM), tem um novo secretário-geral. Chama-se Mety Gondola, que substitui no cargo Pedro Cossa, ora deputado pela bancada parlamentar do partido na Assembleia da República (AR).
Mety Gondola, da província de Nampula (com raízes em Cabo Delgado e Manica), foi eleito com 68 votos (57%), contra 42 votos (43%) do seu adversário, Hendro Nhavene. Os dois deixaram para atrás, na corrida para secretário-geral da agremiação, Dalfino Nguila por não ter reunido votos suficientes para ser eleito membro do Comité Central (CC), órgão formado por 120 elementos.
O novo dirigente foi escolhido durante o primeiro Congresso da OJM, decorrido entre 26 e 29 de Novembro prestes a findar. No encontro, para além do Conselho de Jurisdição, foram igualmente eleitos novos órgãos do secretariado, constituído por cinco elementos, deignadamente Mariana Cupuane, Anchia Talapa, José Fole, Licinio Mauaie e Milton, cujo sobrenome não apurámos.
No seu primeiro discurso, Gondola destacou a necessidade de a sua formação continuar unida, e para tal conta com a confiança dos membros da organização, que, apesar de deixar transparecer que é abrangente, vincula apenas jovens simpatizantes da Frelimo.
“Um dos nossos maiores desafios é, amanhã, um segurar a escada e eu a colocar o cartaz”, afirmou Gondola referindo às próximas eleições autárquicas, em 2018, e às presidenciais, legislativas e provinciais, em 2019.
Refira-se que Pedro Cossa chegou ao cargo de secretário-geral após a suspensão de Basílio Muhate e o seu elenco pela direcção máxima da Frelimo, por razões que publicamente não foram claras, mas sabe-se que o jovem passou a não gozar de simpatias no partido no poder, que controla a OJM, por algumas declarações críticas à liderança do “partidão”. Alegava-se que o jovem inspirava-se no revolucionário Julius Malema, da África do Sul.
Entretanto, além disso, Basílio Muhate, eleito secretário-geral em Novembro de 2010, estava envolvido numa romaria de gastos dos fundos da organização, como é o caso do uso indevido de perto de 600 mil meticais num mês, com contas de uso de seis telefones celulares, segundo apurou, na altura, uma auditoria às contas da OJM.
Entretanto, no elenco de Pedro Cossa há também anomalias detectadas pelo CJ, mas que até ao fim do seu mandato não mereceram monitoria pela Frelimo.