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Aumentam desabamentos de casas em Nampula

Mais de 50 famílias residentes nos bairros de Namicopo, Mutauanha, Muatala e Namutequeliua, na cidade de Nampula, encontram-se sem abrigo, desde terça- -feira (03), em virtude de as suas habitações terem desabado em consequência das chuvas torrenciais e ventos fortes que fustigam a chamada capital do norte do país. Neste momento, parte das vítimas vive ao relento por falta de apoio e outras pessoas foram acolhidas em casas vizinhas.

Uma ronda efectuada pelo @Verdade nalgumas zonas residenciais permitiu apurar que mais de metade das casas, cujas paredes desabaram, era construída com base em material precário e em terrenos inapropriados.

No bairro de Muatala, o cenário é desolador. Além de 13 moradias desabadas, mais de uma dezena de casas está na iminência de cair, porque as chuvas continuam a fazer-se sentir com muita intensidade.

Abílio Momade, um dos afectados, disse que as autoridades comunitárias locais estão a ter dificuldades em contactar os gestores do Conselho Municipal da Cidade de Nampula para pedirem apoio de modo a reduzirem o sofrimento da população.

O nosso interlocutor reside, actualmente, com a sua esposa e dois filhos. Quando anoitece, os menores dormem na casa parcialmente destruída. Os progenitores ficam de plantão de modo a garantirem a protecção dos menores, para além de que o espaço é insuficiente para albergar todos os membros da família.

Muanaja Clevolte, moradora do bairro de Mutauanha, é outra afectada que vive em condições deploráveis com o marido e o seu único filho. Na Unidade Comunal Maria Nguabi, bairro de Namutequeliua, cerca de 10 casas tombaram e outras em número não especificado estão na iminência de desabar.

Segundo apurou o @Verdade, para além das enxurradas, a erosão do solo constitui um calcanhar de Aquiles para os residentes de vários bairros na cidade de Nampula.

A extracção desenfreada de areia para a construção civil, a ocupação desordenada de terrenos e o deficiente sistema de drenagem são alguns factores que contribuem para a erosão progressiva naquele ponto da urbe.

Os bairros de Carrupeia, Napipine, Muhala, Muatala e Mutauanha são os mais afectados. Além do perigo que a situação representa para as casas, as vias de acesso encontram-se intransitáveis devido ao alagamento causado pelas chuvas.

A situação acontece numa altura em que o Instituto de Gestão de Calamidades (INGC), na província de Nampula, aponta os distritos de Moma, Nacala-Porto, Ribàué, Murrupula, Rapale e a cidade de Nampula como os mais críticos.

Virgínia Malauene, delegada provincial do INGC, deu a conhecer que, até finais de Fevereiro último, cerca de 50 mil pessoas foram abrangidas pelas inundações em toda a província, num universo de 14.700 famílias.

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