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Forças ucranianas deixam cidade sitiada depois da ofensiva rebelde

A Ucrânia retirou milhares de soldados de uma cidade cercada, esta quarta-feira (18), depois de um ostensivo ataque de rebeldes pró-Rússia, que ignoraram um novo cessar-fogo para assumir o controle do estratégico entroncamento ferroviário.

A queda da cidade sitiada de Debaltseve representa uma das piores derrotas na guerra civil para as tropas ucranianas, que se mostraram incapazes de impedir o avanço dos rebeldes apoiados por Moscovo e que lutam no território chamado pelo Kremlin de “Nova Rússia”.

Nos últimos dias, 22 soldados ucranianos foram mortos na cidade, disse o alto comando militar ucraniano, e mais de 150 ficaram feridos. Mesmo assim, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que foi de avião até a linha de frente, tentou jogar uma luz positiva sobre o confronto, dizendo que ao resistir pelo máximo de tempo que podiam, as tropas ucranianas expuseram “a verdadeira face dos bandidos e separatistas que são apoiados pela Rússia”.

As tropas ucranianas resistiram por três dias depois do início de um cessar-fogo mediado pela Europa, forçando os rebeldes a desobedecerem a trégua para continuarem a avançar sobre a cidade. Soldados ucranianos com as faces cobertas de negro chegaram de carros e camiões a Artemivsk, cerca de 30 km ao norte de Debaltseve, em território controlado pelo governo.

Os confrontos não cessaram com a retirada. Um correspondente da Reuters próximo a Debaltseve viu fumaça negra emanar sobre a cidade e ouviu fortes explosões depois do início da retirada. Poroshenko afirmou que 80 por cento das tropas foram retiradas da cidade até a manhã, e o resto estava a sair no que ele descreveu como uma retirada planeada e ordenada.

O presidente disse que mais de 2.000 soldados retiravam-se da cidade. Os rebeldes descreveram a batalha como uma vitória e disseram ter deixado as tropas ucranianas saírem somente depois de serem derrotadas.

“Não houve tentativas das forças ucranianas de forçar passagem. As forças ucranianas cercadas foram completamente desmoralizadas. Eles perderam a direcção. Começaram a disparar em áreas residenciais de Debaltseve”, disse o comandante rebelde Eduard Basurin.

Apesar de ter redigido uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede por um cessar-fogo de todos os envolvidos no conflito, a Rússia nunca criticou o avanço rebelde sobre Debaltseve. Horas antes de a cidade ser dominada, o presidente russo, Vladimir Putin, disse à Ucrânia que deveria deixar os seus soldados renderem-se para salvarem as suas vidas.

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