A guerrilha colombiana Farc anunciou, esta quinta-feira (2), que suspendeu o recrutamento de menores de 17 anos, uma decisão que pretende contribuir para a redução da intensidade do conflito interno de mais de meio século e que foi elogiada pelo governo, apesar de ter sido considerada insuficiente.
A decisão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi divulgada no fim de uma nova rodada de negociações, mantidas há mais de dois anos em Havana com o governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
“As Farc… anunciam ao país e ao mundo que, tendo em conta o Protocolo Facultativo de 2000, hoje anexo à Convenção dos Direitos da Criança, decidem não mais incluir menores de 17 anos nas fileiras da guerrilha”, disse o grupo rebelde num comunicado lido pelo principal negociador, Iván Márquez.
O grupo rebelde, considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia e que tem sido acusado por décadas de levar à guerra crianças e adolescentes, acusou o governo de “treinar” menores para “infiltrarem-se nas fileiras da guerrilha”.
Até agora, o grupo guerrilheiro havia estabelecido a idade mínima de 15 anos para recrutar combatentes. O governo, por sua vez, aplaudiu o anúncio das Farc, mas insistiu que não é suficiente.
“Elogiamos esta decisão das Farc. É um passo na direcção certa, embora, de acordo com o governo, ainda é insuficiente”, disse o chefe da equipe de negociadores, Humberto de La Calle, referindo-se aos padrões internacionais existentes, que fixam em 18 anos o limite de idade para o recrutamento de jovens.