O presidente moçambicano, Armando Guebuza, convidou os produtores de arroz no Regadio de Chokwe, no sentido de, juntamente com o governo, estudarem formas de ultrapassar os constrangimentos na produção deste cereal, para que esta região da província meridional de Gaza resgate o papel que outrora já desempenhou, como “celeiro da nação”.
Guebuza, que falava durante um comício por ocasião da sua presidência aberta na província de Gaza, iniciada Terça-feira no distrito de Massangena, reiterou que Chokwe está em condições de produzir arroz suficiente para o consumo interno e para exportação. Guebuza também exortou os agricultores a aprenderem dos problemas que enfrentam como uma lição para as campanhas seguintes. face a estes problemas.
Como ter acesso a boa semente para aumentar a produtividade e a maquinaria para que o arroz que produzimos não se perca”, afirmou, reiterando que este desafio “é de todos nós”. Segundo o Chefe de Estado moçambicano, neste processo todo, também se deve tomar em conta a questão da comercialização.
Guebuza sublinhou que, uma vez ultrapassados estes e outros problemas que possam surgir, “Chokwe pode ser a base para acelerar a luta contra a pobreza”. Alias, mesmo com as estas dificuldades, Guebuza enalteceu os esforços dos produtores vincando ter notado o sentimento profundo da moçambicanidade e determinação. “Chokwe está de facto a combater a pobreza”, referiu o Presidente da Republica, reiterando que, com essa determinação e mais trabalho, a pobreza em Moçambique vai acabar. O sentimento de determinação foi notório nos populares que, a convite do chefe de Estado se fizeram ao pódio para apresentar as suas preocupações ou sugestões.
Assim, maioria das pessoas falaram durante o comício, a convite do Chefe de Estado, particularmente membros das associações agrícolas e produtores privados asseguraram que, apesar das dificuldades, estão apostados em produzir a comida para acabar a fome neste país. “Senhor Presidente, não são só estrangeiros que podem produzir.
Nós também temos a capacidade para produzir e bem. Precisamos apenas de algum empurrão para podermos implementar a Revolução Verde”, garantiu Jeremias Manganhe, um dos produtores no Regadio de Chokwe. Segundo ele, as instituições bancárias deveriam reduzir as exigências como forma de incentivar aos agricultores a produzir mais e melhor.
Por seu turno, Manuel Bungane, agricultor da zona de Chilembene, queixouse da demora na alocação dos fundos, o que compromete o plano das sementeiras. Para António Mbazima, os “Sete Milhões de meticais” que o Estado moçambicano aloca aos distritos deveria ser incrementado, porque, para alem de permitir a produção de comida, o mesmo está a ajudar a reduzir a criminalidade, pois, alguns dos criminosos já começam a pedir emprego nos campos de cultivo, abandonando assim a actividade criminosa. Depois do comício, Guebuza visitou uma associação de agricultores (Ukocha Chate) que se dedica a produção de milho, feijões, tomate, entre outros produtos. Também se dedica a criação de suínos.
Esta associação, que conta com 36 membros, foi beneficiária de um financiamento na ordem de 924 mil meticais do Orçamento de Investimento de Iniciativas Locais (OIIL), tendo já devolvido 124 mil meticais. A associação, criada em Abril de 2002, tem vindo a apoiar igualmente 483 crianças órfãs e vulneráveis e 207 idosos. O Chefe de Estado visitou ainda, na tarde de hoje, os campos de arroz, onde se inteirou da actividade de colheita, bem como uma unidade de descasque de arroz.