Trezentas toneladas de uma nova variedade de semente de algodão melhorada estão a ser colocadas à disposição de mais de 15 mil produtores do sector familiar das províncias de Inhambane e Cabo Delgado, visando incrementar os níveis de produção do chamado “ouro branco”.
Cientificamente conhecida por CA-324, a nova semente do algodão em distribuição naquelas duas regiões do Sul e Norte de Moçambique é cruzada com Vega-5, um produto que reduz o uso de agro-químicos no sector algodoeiro e oferece maior resistência contra pragas, apurou o Correio da manhã no Instituto do Algodão de Moçambique (IAM).
Numa primeira fase o projecto vai cobrir os distritos de Homoíne, Panda e Inharrime, na província meridional de Inhambane, e o de Chiúre (Cabo Delgado), tendo sido distribuídas até ao momento cerca de 180 toneladas daquele tipo de semente, sendo que o remanescente aguarda a conclusão do processo de preparação de terra para sementeira, a ser finalizado o mais tardar até primeira quinzena de Janeiro de 2015.
Perspectivas para 2015
Em termos de perspectivas para a próxima campanha agrícola de 2015, o IAM afirma que as atenções estarão todas viradas na operacionalização do Subprograma de Revitalização da Cadeia de Valor do Algodão (SRCVA), que tem, entre vários objectivos, o aumento da produção, produtividade e melhoria da qualidade do algodão, visando recuperar os níveis históricos anteriores, bem como atingir novos recordes nos próximos dez anos.
O documento do SRCVA estabelece um aumento de produção em pelo menos 10% por ano, esforço visando permitir que Moçambique atinja dentro de uma década pouco mais de 200 mil toneladas do algodão.
De referir que, até finais deste 2014, o país espera conseguir um volume de produção de cerca de 110 mil toneladas, das quais 40 mil serão exportadas para Europa, África e Ásia, possibilitando um encaixe financeiro na ordem dos USD 62,7 milhões em receitas.