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Sarkozy, Merkel e Berlusconi conseguem vitória em eleições europeias

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, já podem comemorar os bons resultados nas eleições para o Parlamento Europeu, concluídas neste domingo, de acordo com os primeiros resultados parciais.

Segundo pesquisas de boca de urna, o UMP, partido conservador de Sarkozy, conseguiu entre 27% e 28,3% dos votos, deixando para trás os socialistas, que tiveram apenas 17%, ilustrando a profunda divisão da oposição francesa. A maior vitória de Sarkozy, no entanto, foi ter conseguido o bom resultado apesar do complicado cenário de crise econômica e tensão social que domina o país atualmente – o que, no entanto, se refletiu na enorme taxa de abstenção dos franceses: quase 60% deles preferiu não votar.

O partido do governo está colhendo os frutos de uma campanha que ressaltou a atuação da França na presidência da União Europeia, no segundo semestre de 2008, quando Sarkozy tomou iniciativas para combater a crise e manteve uma intensa atividade diplomática durante o conflito na Geórgia. Como primeira consequência das eleições europeias na França, Sarkozy deve anunciar uma reestruturação do governo com a substituição dos ministros da Agricultura, Michel Barnier e da Justiça, Rachida Dati, que foram eleitos para o Europarlamento.

Na Alemanha, os conservadores de Merkel lideram com folga os primeiros resultados parciais das eleições europeias, com 39,4% dos votos. Por outro lado, os social-democratas do SPD, aliados minoritários do governo de coalizão do CDU/CSU da chanceler, ficaram com 20,7% dos votos, no pior resultado de sua história. Os liberais do FDP, por sua vez, alcançaram 11,1% dos votos, quase o dobro do que registraram em 2004. Para Merkel, o FDP é um aliado preferencial para formar o próximo governo, caso saia vitoriosa das eleições legislativas alemãs, em setembro.

A taxa de participação, apesar de melhor do que na França, também foi baixa: 42,8%. Das 413 circunscrições da Alemanha, 363 já tiveram os votos apurados. Na Itália, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi também triunfou na disputa pelo Europarlamento, apesar da péssima situação econômica do país e dos escândalos que mancharam seu nome nas últimas semanas.

Berlusconi, único líder de um grande país europeu a apresentar-se como cabeça da lista de seu partido, obteve neste domingo entre 39% e 43% dos votos, segundo uma pesquisa de boca de urna do instituto IPR. Seu partido Povo da Liberdade (PDL) pode alcançar o objetivo imposto por Berlusconi – superar os 40% das preferências -, que usa estas eleições europeias como uma espécie de termômetro para medir sua popularidade após os escândalos conjugais e judiciais que dominam as manchetes atualmente. Segundo a mesma pesquisa, o maior partido de oposição de esquerda, o Partido Democrático, conseguiu entre 27% e 31% dos votos.

Na Espanha, a direita conseguiu uma vitória apertada sobre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do presidente do governo José Luis Rodríguez Sapatero, segundo os primeiros resultados oficiais, com 88,49% das urnas apuradas. O Partido Popular (PP, principal formação de oposição) conseguiu 42,03% dos votos, contra os 38,66% obtidos pelo partido de Zapatero.

Os conservadores, liderados por Mariano Rajoy, conseguiriam assim 23 deputados, enquanto os socialistas ficariam com 21 cadeiras, das 50 que cabem à Espanha no Parlamento Europeu. Em Portugal, o Partido Socialista do primeiro-ministro José Sócrates e oposição de direita, o Partido Social-Democrata (PSD), estão tecnicamente empatados segundo as pesquisas de boca de urna divulgadas por canais de televisão locais, com uma ligeira vantagem para o PSD.

De acordo com as diferentes sondagens, os socialistas obteriam entre 28% e 33% dos votos, conquistando entre sete e oito cadeiras no Parlamento Europeu, enquanto o PSD teria entre 29 e 34% (entre sete e nove cadeiras). Mais da metade dos portugueses não compareceu às eleições, e o país registrou uma altíssima taxa de abstenção de mais de 60%.

Se confirmados os resultados – surpreendentes, uma vez que as pesquisas apontavam para uma vitória dos socialistas -, o pleito será um duro revés para o partido da situação, que em 2004 conseguiu 44,5% dos votos. Não poderia ser uma notícia pior para Sócrates, que tem uma eleição legislativa marcada para outubro.

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