Uma britânica-iraniana entrou em greve de fome numa prisão de Teerão para protestar contra a sua prisão por tentar assistir a um jogo de vólei masculino, informou o site da oposição Kalame, este domingo (5).
A prisão de Ghoncheh Ghavami irritou as mulheres iranianas que dizem que ainda estão à espera de reformas por mais liberdade prometidas pelo clérigo pragmático Hassan Rouhani, quando foi eleito presidente no ano passado.
Ghavami, 25, foi presa a 20 de Junho, fora do estádio Azadi, em Teerão, onde foi participar de uma manifestação que exigia que as mulheres sejam autorizadas a entrar para assistir ao Irão a jogar contra a Itália num jogo do campeonato internacional.
As mulheres iranianas na República Islâmica estão proibidas de assistir a determinados eventos desportivos masculinos, como futebol e vólei. Ghavami foi liberada logo depois, mas dias depois foi presa novamente, quando foi chamada de volta para recuperar artigos que foram confiscados quando ela foi detida pela primeira vez.
O grupo de direitos humanos Amnistia Internacional diz que ela está detida na prisão de Evin, que tem uma reputação de brutalidade, e passou um tempo na solitária. Kalame disse que ela está em greve de fome há cinco dias.
A Grã-Bretanha expressou consternação com a sua detenção, que ocorreu um pouco antes da prisão em Julho de Jason Rezaian, um repórter iraniano-americano para o Washington Post, e sua esposa, Yeganeh Salehi, que havia trabalhado como correspondente para o jornal National.
Eles estão presos sem acusação. O Irão não reconhece a dupla cidadania, e trata-os como iranianos. A Grã-Bretanha não tem nenhuma presença diplomática permanente no Irão desde que os estudantes radicais invadiram e saquearam a sua embaixada em Dezembro de 2011, mas disse que tem planos de reabrir a embaixada em breve. Os Estados Unidos não têm relações diplomáticas directas com o Irão.