Os tapetes vermelhos foram enrolados e os prémios dos festivais foram entregues, agora começa o dilúvio de filmes pequenos e independentes atrás de exibições e de uma vaga no Oscar.
Ao contrário do ano passado, quando “12 Anos De Escravidão” e “Gravidade” emergiram dos festivais de Toronto, Veneza e Telluride como francos favoritos aos principais prémios, o destino da safra de 2014 é mais incerta.
Há muitos filmes aclamados no horizonte, mas a corrida para a grande honraria de Fevereiro do próximo ano está em aberto. Um forte candidato é o vencedor de Toronto, “The Imitation Game”, biografia do decifrador de códigos britânico Alan Turing, interpretado pelo popular Benedict Cumberbatch, uma escolha de elenco que provavelmente ajudou a produção a conquistar o prémio de melhor filme eleito pelo público.
“12 Anos De Escravidão”, que venceu no evento canadense do ano passado, levou o Oscar de melhor filme no duelo com “Gravidade”. “É um óptimo lugar para se apresentar um filme”, disse Michael Barker, co-presidente da Sony Pictures Classics, que exibiu nove produções no maior festival norte-americano. “A apresentação, a aura, a atmosfera – é o melhor lugar para críticos e exibidores verem o filme com uma plateia receptiva.”
Ele e o co-presidente Tom Bernard apresentaram “Whiplash”, história de um baterista de jazz obcecado com a perfeição e vencedora em Sundance, e “Foxcatcher”, favorito em Cannes estrelado por um Steve Carell irreconhecível no papel de um descendente da família Du Pont que assassina um campeão de luta-livre.
Os dois filmes agradaram a crítica e a Sony esperou para lançá-los no outono do hemisfério norte (primavera no Brasil) para aumentar o seu potencial nas premiações. A empresa Weinstein Co., que está por trás de “The Imitation Game”, já considerado o carro chefe da temporada, saiu de Toronto com outro filme promissor, “St. Vincent”, que traz Bill Murray como um ranzinza festeiro e mentor improvável de um menino e foi eleito o segundo melhor filme do evento.
Apesar do ano bem-sucedido para filmes menores, incluindo o rito de passagem “Boyhood” e “O Grande Hotel Budapeste”, de Wes Anderson, o mercado para a aquisição de filmes em Toronto esteve morno. “As pessoas não estão a ver este lugar como um mercado como viam antes”, afirmou Bernard.
Bill Bromiley, presidente da nova e ambiciosa distribuidora Saban Films, que está a lançar “The Homesman”, faroeste dirigido pelo actor Tommy Lee Jones, disse achar que “as pessoas estavam ansiosas por alguns filmes que não saíram tão bons quanto esperávamos”.