Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 28 ficaram feridas em confrontos ocorridos nesta sexta-feira em Mogadíscio, onde a missão da União Africana na Somália (AMISON) e soldados somalis tentavam desarmar o líder de uma milícia armada, informaram várias testemunhas.
O choque acorreu durante a madrugada de hoje, quando as tropas da AMISON e soldados do Exército somali invadiram a casa do ex-líder do distrito de Wadajir, Ahmed Daaci, acusado de violar a segurança da região.
Embora as autoridades ainda não tenham apresentado números oficiais, uma das testemunhas – um funcionário das Nações Unidas, identificado como Ali Hassan Beerka -, assegurou à Efe que havia pelo menos 18 vítimas, incluindo vários civis. Além disso, fontes do Hospital Madina explicaram que o número de feridos continua aumentando nesse centro médico e, por isso, preferiu não falar em números.
O confronto também resultou na destruição de várias casas na região, como declararam algumas testemunhas. Esta operação faz parte de uma campanha governamental para desarmar as milícias e os senhores de guerra que controlam algumas áreas da cidade de Mogadíscio.
Nos últimos meses, a capital somali registrou uma onda de ataques com carros-bomba e disparos contra políticos de alto nível e representantes governamentais, todos eles reivindicados pela milícia radical islâmica Al Shabab.
O Al Shabab, que em 2012 anunciou sua adesão formal à rede terrorista Al Qaeda, luta para instaurar um Estado islâmico de corte wahhabista na Somália.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi deposto o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra e grupos de delinquentes armados.