O Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, considera a recente prisão do seu porta-voz, Antonio Muchanga, uma provocação do Presidente da República, Armando Guebuza, mas mesmo assim garante que não vai recorrer às armas retaliar o acto. Considera que o Governo faz propaganda sobre o seu encontro com o Chefe de Estado mas “não há garantias de que não serei preso ao vir a Maputo”, o que perspectiva a continuação da guerra e da tensão política em Moçambique, quando estamos a pouco mais de três meses das eleições Gerais.
Em contacto telefónico com os jornalistas que se encontram em Maputo, Dhlakama considerou a detenção de Muchanga uma violação à Constituição da República e que classificou de “pouca vergonha” o Conselho de Estado após o qual este foi detido.
Entende ele que Muchanga não cometeu nenhum crime, mas que apenas transmitiu o que lhe foi mandado. “Mesmo que não se chegue a um acordo, que haja um entendimento de pararmos com os disparos. As eleições podem não ser afectadas”, afirmou o líder da “Perdiz” insistindo a “reunificação das Forças de Defesa e Segurança (FDS), pois segundo entende o cessar-fogo só será alcançado com a integração dos seus homens nas Forças Armadas de Defesa.
Afonso Dlhakama disse não entender porqué Muchanga foi preso a saída da Presidencia da República pois é sabido que faz parte do Conselho do Estado. “Através dos resultados que tivemos nas eleições, o Muchanga é membro do Conselho de Estado (CE). É diferente dos outros membros que foram convidados pelo Presidente da República. É um abuso de poder retirar a imunidade ao meu porta-voz”, considerou.
Com a prisão do seu porta-voz, Dlhakama disse não ter planos rápidos para nomear um novo, mas assegurou que fará chegar toda a informação ao povo moçambicano.
O líder do maior partido da oposição frisou que com a detenção do Antonio Muchanga não virá a Maputo encontrar-se com Guebuza por falta de confiança “O Governo fala no encontro em sentido de propaganda, sempre fala em receber-me, mas recentemente prendeu o Muchanga por falar em nome do partido. Portanto, não há garantias de que não serei preso ao vir a Maputo”, argumentou.