O diálogo político entre o governo e a Renamo voltou a registar mais um impasse, esta segunda-feira (26), na 59ª ronda, devido a divergências no que diz respeito aos termos de referência do papel dos observadores internacionais que deverão fiscalizar o desarmamento da Perdiz e a cessação das hostilidades no país.
Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo, disse o impasse prevalece porque o Governo não aceita retirar as forças armadas em Gorongosa, local onde supostamente Afonso Dhlakama está escondido e a partir de onde comanda o seu partido.
A Perdiz considera a posição do Executivo uma clara manifestação da vontade de continuar a protagonizar ataques contra Dhlakama com vista a impedi-lo de abandonar o seu esconderijo e realizar a pré-campanha eleitoral para o escrutínio de 15 de Outubro próximo.? Macuiane queixa-se da morosidade no alcance de consenso em sede de negociações, por isso, sugere que diálogo político aconteça, também, às segundas-feiras.
Apesar de os observadores nacionais acreditarem que o Governo e a Renamo irão, em breve, alcançar um acordo sobre os termos de referência que irão definir a função dos mediadores internacionais, José Pacheco, chefe da delegação do Executivo, acusou o partidos de Dhlakama de estar a insistir na retirada das forças armadas alegadamente para continuar a perpetrar acções militares e matança de cidadãos. “ (…) a retirada das tropas na região de Gorongosa, exigida pela Renamo, é um falso pretexto para continuar a matar inocentes”.