O principal tribunal da Venezuela sentenciou o edil da cidade de San Cristóbal a 1 ano de prisão por não impedir manifestações anti-governo, aprofundando a repressão a líderes opositores associados com os quase dois meses de protestos.
A decisão da Suprema Corte, divulgada no final da terça-feira, determinou que Daniel Ceballos desobedeceu uma ordem anterior do tribunal para que o seu governo retirasse barricadas montadas por manifestantes que exigiam a renúncia do presidente Nicolás Maduro.
Desde o início de Fevereiro, os manifestantes vêm usando destroços e incendiando lixos rotineiramente para bloquear as ruas de San Cristóbal, cidade na região dos Andes, perto da Colômbia. Os protestos começaram ali no início do ano, com manifestações esporádicas de estudantes, e a cidade continua a ser a mais afectada pelos tumultos.
Ceballos, que criticou a violência mas apoiou abertamente os protestos, também perdeu o cargo. Líderes opositores dizem que as acções recentes são prova de que o país está a descambar para uma ditadura que silencia a discórdia e prende arbitrariamente as autoridades eleitas.
Os apoiantes de Maduro afirmam que as medidas pretendem restaurar a ordem pública diante das manifestações, que deixaram dezenas de mortos e limitaram a circulação como parte dos esforços para desestabilizar o governo.
A Suprema Corte também sentenciou o prefeito opositor da cidade de San Diego a 10 meses de prisão, privando-o do cargo. Em Fevereiro, as autoridades prenderam o líder de oposição Leopoldo López, que ajudou a transformar os protestos num movimento nacional.
Nesta semana o Congresso cassou a deputada Maria Corina Machado sob acusações de que ela teria violado a Constituição ao tentar falar na Organização dos Estados Americanos com o apoio do governo do Panamá.