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General egípcio anuncia candidatura à Presidência e promete combater militantes

Abdel Fattah al-Sisi, o general egípcio que depôs o primeiro presidente livremente eleito do seu país, anunciou formalmente, esta quarta-feira (26) que vai candidatar-se nas eleições presidenciais, que deve vencer com folga.

Sisi, que em Julho derrubou o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, depois de protestos em massa contra o governo, prometeu lutar contra o que chamou de ameaça terrorista enfrentada pelo Egito, numa referência aos atentados que aumentaram drasticamente desde o último semestre.

“É verdade, hoje é meu último dia em uniforme militar, mas vou continuar a lutar todos os dias por um Egito livre do medo e do terrorismo”, disse Sisi, ainda em trajes militares, num discurso televisivo. Sisi teve de renunciar aos cargos de chefe do Exército e ministro da Defesa para poder disputar as eleições.

Procurando conter algumas das altíssimas expectativas da população, Sisi avisou que não poderá realizar “milagres” num país de 85 milhões de habitantes e que está mergulhado na pobreza. “Eu não posso fazer milagres. Ao contrário, proponho trabalho árduo e abnegação”, disse ele.

“Nós temos de ser sinceros com nós mesmos: o nosso país enfrenta grandes desafios. A nossa economia está fraca. Há milhões de jovens que sofrem com o desemprego no Egito. Isso é inaceitável.” Se Sisi for eleito, como se prevê de modo geral, o Egito voltará aos dias em que era liderado por homens do meio militar – um padrão interrompido pelo ano em que Mursi esteve no cargo, depois de ter vencido a primeira eleição presidencial democrática no país.

Sisi assumiria a liderança de um país afectado por três anos de turbulência política. Desde o afastamento de Mursi do poder, o Egito vem atravessando o pior conflito interno na sua história moderna.

Mortes

As forças de segurança mataram centenas de partidários de Mursi depois da sua remoção do poder, enquanto a polícia e os soldados tornaram-se os principais alvos de uma campanha de atentados e tiroteios.

A instabilidade voltou à tona nesta quarta-feira, quando um estudante foi morto em protestos na Universidade do Cairo desencadeados pela decisão de um tribunal de condenar, na segunda-feira, 529 membros da Irmandade Muçulmana à morte.

A Irmandade foi proscrita e passou à clandestinidade desde a derrubada de Mursi. O Estado declarou formalmente o movimento, o partido político mais bem organizado do Egito até o ano passado, um grupo terrorista.

A decisão judicial da segunda-feira marcou uma escalada na campanha do Estado contra a oposição islâmica e atraiu críticas de grupos internacionais de direitos humanos e potências ocidentais.

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