Com a colocação à disposição do cargo de Secretário-Geral da Frelimo por parte Filipe Chimoio Paúnde, esta quinta-feira (27), alegadamente por falta de condições morais para continuar na função, mais vozes contestatárias juntam-se aos combatentes da luta de libertação nacional, sustentando a necessidade de se reestruturar o actual secretariado do Comité Central da Frelimo.
Sabe-se, no entanto, que à semelhança do que acontece na Organização da Juventude Moçambicana (OJM) e na Organização da Mulher Moçambicana (OMM), a restruturação do secretariado do Comité Central da Frelimo, ao longo de vários anos, tem consistido fundamentalmente na mudança do Secretário-Geral e movimentação dos chefes de gabinetes e/ou departamentos de um sector para o outro. Contudo, o que o grupo de contestatários pretende é que sejam “varridos” para fora todos os antigos dirigentes daquela instituição.
Nos corredores da Escola Central da Frelimo na Matola, onde decorre a III Sessão do Comité Central do partido, Armando Simbine, chefe do Departamento de Administração, anda de boca em boca dos funcionários e alguns quadros seniores em virtude da sua suposta prepotência em relação aos colegas, sobretudo os seus subordinados, a quem nega vários direitos, sobretudo a continuação de estudos.
À semelhança dos combatentes da luta de libertação nacional, os trabalhadores afectos a diferentes departamentos do Comité Central do partido no poder almejam um secretariado bastante forte, cujos dirigentes não estejam apenas interessados em salvaguardar os seus interesses.
Segundo apurou o @Verdade, o poder de decisão do próprio Filipe Paúnde enquanto Secretário-Geral era quase nulo em relação a Armando Simbine. Este cria dificuldades em tudo e para todos. Certas pessoas estão há vários anos a auferir um salário que não corresponde aos seus níveis académicos, o que viola os preceitos da Função Pública, através dos quais se rege o secretariado do Comité Central.