Cerca de 50% de crianças moçambicanas cujas mães são analfabetas sofrem de desnutrição crónica, contra uma taxa de 25% de menores com progenitoras que frequentaram a escola, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Normalmente, a mulher que nunca foi à escola tem mais riscos de ter uma criança desnutrida, por falta de conhecimento de acções de prevenção, o que não acontece com as mulheres alfabetizadas, pois os seus filhos têm um risco de desnutrição quase nulo”, indica a OMS, recomendando de seguida uma maior acção do governo moçambicano nos trabalhos de sensibilização das comunidades rurais sobre a importância de alfabetização.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde associa a desnutrição crónica das crianças ao facto de o custo da cesta básica em Moçambique ter subido na ordem dos 35% em 2012, resultando em mais limitações económicas e de acesso aos alimentos nutritivos, situação com maior incidência na província nortenha do Niassa.
Em 2012, a cesta básica foi de 9,789 meticais contra cerca de 7,137 meticais de 2008, realça a OMS, acrescentando que o ano de 2006 foi complicado em termos de segurança alimentar, em Moçambique.
Refira-se que a taxa actual de desnutrição em Moçambique é de 44%, índice um pouco acima do nível de emergência estabelecido pela OMS de 40%, segundo o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN). Projecções governamentais, entretanto, apontam para uma redução da desnutrição para 30% em 2015 e para 20% em 2020.