Mikhail Kalashnikov, o criador do fuzil de assalto que matou mais pessoas do que qualquer outra arma de fogo no mundo, morreu, esta segunda-feira (23), aos 94 anos, informaram as autoridades russas.
Kalashnikov, que estava na casa dos 20 anos quando criou o fuzil AK-47 logo depois da Segunda Guerra Mundial, morreu na sua cidade natal, Izhevsk, perto dos Montes Urais, onde a arma ainda é produzida, disse um porta-voz do governador da província, segundo a agência.
O porta-voz não informou a causa da morte. Kalashnikov recebeu um estimulador eléctrico para batimentos cardíacos em Junho, e estava num hospital em Izhevsk desde 17 de Novembro, informou a mídia estatal.
O AK-47, o que raramente emperra, mesmo em condições adversas, começou a ser utilizado nas Forças Armadas soviéticas em 1949. Hoje, os rifles Kalashnikov ainda são fundamentais para as Forças Armadas da Rússia e a polícia. Conhecida como a arma escolhida pelas guerrilhas, a arma e suas imitações foram usadas em conflitos em todo o mundo durante décadas.
Numa cerimónia no Kremlin no 90º aniversário de Kalashnikov, o então presidente Dmitry Medvedev concedeu-lhe a mais alta honraria do Estado – a medalha de ouro de Herói da Rússia – e elogiou-o pela criação de uma “marca nacional da qual os russos orgulham-se”.
Kalashnikov, filho de camponeses siberianos que nunca terminou a escola, disse que o orgulho da sua invenção icónica foi misturado com a dor de vê-la a ser usada por criminosos e crianças-soldados.