O maior sindicato da África do Sul não vai apoiar o partido do governo, o Congresso Nacional Africano (ANC) nas eleições do próximo ano, disse o secretário-geral da entidade nesta sexta-feira, num golpe ao presidente Jacob Zuma, cujo apoio político junto à classe operária está em rápido desgaste. A decisão tomada pelo Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (Numsa, na sigla em inglês), com mais de 330 mil filiados, é mais um sinal da deterioração da aliança forjada com a ANC na luta em comum contra o apartheid.
O Numsa é o maior bloco dentro da central sindical Cosatu, que por sua vez integra um aliança formal de governo, junto com o ANC e o Partido Comunista da África do Sul. No entanto, o Numsa tem se desentendido com todos os três integrantes da aliança, acusando-os de defender políticas em prol das corporações.
“O Numsa como organização não vai endossar nem apoiar o ANC ou qualquer outro partido político em 2014”, disse o secretário-geral Irvin Jim em coletiva de imprensa após reunião com integrantes do sindicato.
Ele disse que funcionários do Numsa e trabalhadores poderiam fazer campanha a favor do ANC, mas teriam que fazê-lo “no seu tempo livre e com seus próprios recursos”. Jim também pediu a renúncia de Zuma, que foi vaiado no memorial em homenagem ao herói na luta contra o apartheid Nelson Mandela no dia 10 de dezembro.

