A polícia chinesa matou a tiros 14 pessoas na cidade de Kashgar, na antiga Rota da Seda, durante um protesto no qual dois policiais também morreram, informou o governo local, esta segunda-feira (16).
Esse é o mais recente protesto violento na afastada região de grande população muçulmana de Xinjiang, no oeste da China. O governo chinês culpa militantes islâmicos de planearem uma guerra santa no local.
Ao descrever o incidente que aconteceu na noite de domingo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying quase culpou os militantes islâmicos directamente, mas corrigiu-se a tempo e disse que uma “violenta quadrilha terrorista” atacou a polícia com explosivos.
“Novamente mostraram a verdadeira face do terrorismo violento. Eles devem ser condenados por todas as pessoas que amam a paz e a estabilidade”, disse a porta-voz a jornalistas. “Essa conspiração não recebe apoio popular e está fadada ao fracasso.”
O governo regional disse que a polícia foi atacada por uma quadrilha lançando explosivos e empunhando facas quando tentava prender “criminosos suspeitos” numa vila próxima a Kashgar. “A polícia respondeu decisivamente”, disse o governo num breve comunicado, acrescentando que duas pessoas foram detidas e investigações já estão a ser conduzidas.
Num episódio violento similar, pelo menos nove civis e dois policiais morreram quando um grupo de pessoas armadas com machados e facas atacou uma delegacia também perto de Kashgar no mês passado, segundo a mídia estatal.
Xinjiang tem sido cenário de numerosas manifestações nos últimos anos, que Pequim diz ser responsabilidade do grupo separatista Movimento Islâmico do Turquestão do Leste, mesmo que os especialistas e os grupos de direitos humanos lancem dúvidas sobre a existência de um grupo coeso.