A colheita do arroz no Regadio de Chókwè, província de Gaza, Sul de Moçambique, que iniciou nos finais de Março último, está a ser seriamente afectada pela falta de equipamentos para o efeito.
O relançamento da produção do arroz naquele ponto do país, no âmbito do plano trienal do Governo de produção de alimentos (2008-2011), teve um dos maiores sucessos, mas as autoridades não se prepararam o suficiente de modo a responder a este “boom” da produção na altura da colheita. Enquanto não se colhe o arroz, os 2.834 produtores comprometidos com esta cultura estão desesperados com a acção devastadora do pardal vermelho, situação agravada pela falta de meios áreas destinados a controlar esta praga.
Actualmente os produtores estão a utilizar apenas oito auto-combinadas na campanha da colheita, contra mais de 20 máquinas do género que seriam necessárias. O director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas de Chókwè, Adérito Mavie, disse que desde o início da campanha foram colhidos 352 hectares do total de uma área cultivada de cerca de seis mil. Mavie referiu que, para fazer face à esta situação, está a trabalhar-se no sentido de se reparar três auto-combinadas agora com problemas mecânicos.
Por outro lado, e com vista a uma melhor rentabilização do escasso equipamento disponível, decidiu-se localmente pela concentração da maior parte das máquinas em zonas com áreas relativamente mais extensas. Com esta estratégia, pretende-se permitir o rápido deslocamento do equipamento para outras zonas.
Entretanto, por causa dessa falta de equipamento, o sector familiar, que conta com uma área cultivada de mais de 2 mil hectares, decidiu optar pela ceifa manual. “Nas restantes zonas estamos a aconselhar os agricultores para que formem medas, processo manual que consiste na formação de montões de arroz ceifado e organizado de forma a ser posteriormente debulhado usando auto-combinadas”, explicou a fonte.